Na abertura da Expointer, Dilma destaca ações do governo para agropecuária

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Presidenta discursou após o desfile dos campeões na Expointer, em Esteio | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Débora Fogliatto

A presidente Dilma Rousseff (PT) discursou, nesta sexta-feira (05), na abertura oficial da Expointer, momento em que falou principalmente das ações realizadas em seu governo voltadas para o agronegócio, pecuária e agricultura familiar. A abertura, que começou com uma hora de atraso, contou com o desfile dos animais campeões da 37ª edição do evento e com discursos de entidades ligadas à feira, que acontece no Parque Assis Brasil, em Esteio. Dilma veio acompanhada do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), e cumpriu agenda mista como presidente e candidata. Após a abertura, ela participou de coletiva de imprensa.

Antes da presidente, o governador Tarso fez seu pronunciamento, destacando que o “campo gaúcho está crescendo, se qualificando em todas as esferas e isso se deve à capacidade de todos os empreendedores”. Ele também apontou que é preciso reconhecer “o esforço e a resposta que o governo tem dado a todos os setores (envolvidos na Expointer)”.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Dilma concede coletiva|Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Durante a fala da presidenta, um grupo de cerca de 30 servidores do judiciário federal protestava, pedindo reajuste salarial. Os gritos de “Trabalhador na rua, Dilma a culpa é sua” eram abafados pelas saudações dos militantes do PT na plateia, que gritavam “Dilma! Dilma” ou “Olê Olê Olá, Dilma, Dilma”.

Dilma saudou a Expointer, colocando que a feira “a cada ano se afirma como evento de agropecuária da maior magnitude”. Em seu discurso, a presidente destacou não apenas a qualidade dos animais, mas também deu ênfase às máquinas de alta tecnologia. “A cada safra o Brasil bate recordes de produção agrícola. Na pecuária, tivemos a mesma tendência de elevar a produtividade, graças a avanços genéticos, controle de doenças e atenção dos pecuaristas”, afirmou, acrescentando que os pecuaristas “têm motivo de sobra para se orgulhar”.

A presidente destacou que o bom desempenho da agropecuária se deve aos recursos naturais aliados à pesquisa e formação técnica dados pelo governo, mencionando o Pronatec. “Os governos estadual e federal, pecuaristas e agricultores têm trabalhado juntos”, apontando conquistas das exportações ligadas ao setor. Em julho o embargo de carnes na China foi suspenso e no ano passado foram conquistados mercados no Oriente Médio. No momento atual, as demandas da Rússia podem ser redirecionadas para o Brasil.

Investimentos para agropecuária

O governo investiu R$ 108 bilhões em crédito para pequenos, médios e grandes agricultores, dos quais R$ 156 bilhões para a agropecuária e R$ 24 bilhões para agricultura familiar. Dilma anunciou os dados, garantindo que o governo irá garantir “o crédito necessários” para essas áreas. No agronegócio, 85% tem juros subsidiados, que são “estratégicos para o agronegócio”, segundo ela.

 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Presidente interagiu com o público na feira| Foto: Ramiro Furquim/Sul21

“Os que criticam isso desconhecem o papel da agropecuária no Brasil. Nós elevamos o limite de crédito para todos os produtores”, colocou, destacando a importância de se valorizar e apoiar os médios produtores, considerados “a classe média rural”. Dilma deu ênfase aos feitos em termos econômicos, relacionados aos preços e à inflação. “Ampliamos programas de seguro agrícola para diminuir impacto das oscilações de preços para os produtores. A queda do preço de alimentos afeta, por isso é importante termos garantido preço de 12 milhões de toneladas de trigo”, afirmou, informando também que o governo comprou 3 mil toneladas de leite do Rio Grande do Sul.

Máquinas e logística

Dilma também falou dos programas de crédito ligados aos avanços tecnológicos, como o PSI Rural, que financia máquinas, e o Mais Alimentos, que classificou como “referência mundial, com acordos de cooperação com África, América do Sul e Central”. “Estamos na vanguarda tecnológica nessa área”, afirmou, logo acrescentando que também há a preocupação em se conciliar a compatibilidade da produção com a preservação ambiental. Nesse sentido, ela mencionou o programa ABC — Agricultura de Baixo Carbono e ponderou que “é possível investir e respeitar o meio ambiente”.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Após o discurso, ela participou de entrevista coletiva | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Por último, a presidente falou também em logística, dando ênfase à ferrovia Norte-Sul, que foi praticamente concluída a partir do plano original em seu governo e que agora está em fase de projeto para ser ampliada até o Rio Grande do Sul. “O sul era em Anápolis, e nós decidimos que o sul era o porto de Rio Grande”, afirmou.

Entrevista coletiva

Em rápida coletiva, Dilma destacou os principais pontos já mencionados no discurso e contou sobre sua própria história de idas à Expointer, que já  visitou quando era secretária de Alceu Collares, em seu primeiro cargo, secretária de Olívio Dutra e já como ministra de Lula, além de anteriormente enquanto presidente.

Ela respondeu sobre a inflação, ponto que tem sido criticado por seus adversários por estar em alta. “O centro da meta é 4,5 e isso pode ser mais 2 para cima ou 2 para baixo. A minha preocupação é mirar no centro e tentar colocar a inflação o mais baixo possível”, assegurou. Ela falou em tom de brincadeira que seus adversários a criticam “por ter cachorro e por não ter cachorro”, frase citada de um conto de Machado de Assis. Ou seja, ela é criticada por “deixar a inflação fugir”, mas destaca que em nove anos sempre esteve um pouco acima do centro da meta.

Mesmo assim, acredita na importância de manter cada vez mais baixa. Já a outra crítica feita é a de que ela “manipularia os preços, sem dar ajustes à gasolina”, o que ela explicou dizendo que não seria benéfico atrelar os valores ao petróleo internacional. “Meu compromisso é com a meta, mas não vou para isso desempregar o povo brasileiro”, garantiu.

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