De Poa
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12 de maio de 2022
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14:31

De Quinta: O apoio do PSOL a Lula, com Juliano Medeiros

De Quinta: O apoio do PSOL a Lula, com Juliano Medeiros
De Quinta: O apoio do PSOL a Lula, com Juliano Medeiros

O De Quinta recebe o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, para um bate-papo sobre as eleições de 2022. Ao longo da conversa, Juliano fala sobre o processo de construção do apoio do partido à candidatura de Lula e sobre as estratégias do PSOL para o pleito deste ano. A apresentação é de Luís Eduardo Gomes e Felipe Prestes.

No início do episódio, o presidente do PSOL o explicou o processo que resultou na decisão do partido, oficializada no dia 30 de abril, de apoiar a candidatura de Lula. “Eu disse no ato de encerramento da nossa conferência eleitoral que a gente não poderia ter chegado aonde nós chegamos, até essa aliança, até essa construção da unidade eleitoral no primeiro turno com o Lula, não fosse outras decisões que o pessoal foi tomando ao longo dos últimos anos. Quando nós fomos para as ruas contra o impeachment da Dilma Rousseff, mesmo não fazendo parte do governo, mesmo não tendo ministérios, mesmo sendo muito críticos ao ajuste fiscal que a Dilma fazia naquele momento, também quando o PSOL tomou a de construir uma frente contra o governo do Michel Temer na época. Então, procurar o PT, procurar o PCdoB pra que nós pudéssemos estar juntos construindo a unidade contra a reforma trabalhista, contra a reforma da Previdência, contra o teto de gastos. Na sequência, em 2018, quando a gente foi também lá para São Bernardo do Campo prestar nossa solidariedade ao Lula, denunciar a prisão política que estava sendo promovida pelo Sérgio Moro naquele momento. No segundo turno de 2018, quando nós apoiamos o Fernando Haddad. Então, eu acho que essas decisões que nós fomos tomando ao longo do tempo foram aproximando o PSOL e o PT na perspectiva de uma frente em defesa dos direitos e contra esse avanço reacionário que a gente vê no Brasil pelo menos nos últimos seis anos. Acho que a decisão que nós tomamos agora ela é, digamos, a conclusão de um processo de diálogos e de aproximação que começou a ser construída alguns anos atrás nessa frente democrática da qual o PSOL fez parte”, disse.

Questionado se a decisão de apoiar Lula resultar de uma votação com 35 votos a favor e 25 contrários sinalizava uma divisão do partido, Juliano avaliou que a margem não pode ser considerada como “apertada”. Contudo, destacou que é natural o movimento interno por candidatura própria ter um peso importante dentro do PSOL.

“Eu acho que é natural que um partido como o PSOL, que teve candidato a presidente em 2006 com Heloísa Helena, em 2010 com o Plínio, em 2014 com a Luciana Genro e em 2018 com o Boulos, é natural que boa parte do partido queira que o PSOL tenha candidato no primeiro turno, que o PSOL apresente suas ideias com a sua candidatura, e eu não acho isso nem um pouco absurdo, tá? Acho que é natural que parte dos dirigentes e dos militantes do partido acreditem que a melhor forma de apresentar suas ideias ao debate público é através de uma candidatura. A questão é que nós não vivemos tempos normais. Nós não estamos numa eleição entre o Lula e o Aécio Neves, por exemplo. A polarização entre o PT e o PSDB. Não é? Nós estamos vivendo um momento em que um segundo governo do Jair Bolsonaro pode apresentar um caminho sem volta pra deterioração do ambiente político, das instituições democráticas e, mais, da vida do nosso povo, que tem sofrido nos últimos anos com a inflação, com a fome, com o desemprego e aprofundamento da crise econômica graças a essa política desastrosa liderada pelo Paulo Guedes, pelo Arthur Lira e pelo próprio Bolsonaro. Então, em tempos normais, eu acho que a tendência seria o PSOL ter uma candidatura própria na eleição. A questão que nós, como eu já disse, vivemos tempos excepcionais”, afirma.

Confira a íntegra do episódio nas plataformas:


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