Opinião
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24 de janeiro de 2024
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07:31

Prefeito Melo, o povo quer saber! (por Silvana Conti)

Operação Capa Dura cumpriu quatro mandados de prisão nesta terça |  Foto: Lucarelli PCRS
Operação Capa Dura cumpriu quatro mandados de prisão nesta terça | Foto: Lucarelli PCRS

Silvana Conti (*)

Explica para o povo, Prefeito, o gasto de 34 milhões em compra de livros didáticos sem licitação?

Bom explicar pois este fato pode se tornar a cara da sua gestão, Prefeito Melo.

Assisti no jornal das 19h da RBS esta lamentável notícia. Sou aposentada e trabalhei mais de 30 anos na RME de Porto Alegre, portanto sou uma das construtoras da educação pública, laica, inclusiva, antirracista e de qualidade social, que era referência nacional e internacional.

Estava no chão da escola desde a década de 90 e participei desta construção através da gestão participativa e democrática que vivíamos.

Nestes últimos 8 anos principalmente, nas gestões Marchezan e Melo, os princípios da gestão democrática foram substituídos por perseguições e tentativas de silenciamento das escolas. Também aconteceram as contratações a rodo, perdas de direitos e plano de carreira, transformando nossa RME em escolas isoladas sem projeto político pedagógico, sem valorização das e dos trabalhadores(as), desvalorizando e sucateando o serviço público.

Sabemos que sucatear o serviço público e privatizar tudo é o objetivo de gestões ultraliberais e, portanto, Melo segue a mesma cartilha do ex presidente da república, inclusive o prefeito Melo foi um grande cabo eleitoral do Bolsonaro.

Melo se afasta da população e se alia as grandes empreiteiras, a especulação imobiliária e agora aparecem estes crimes contra as crianças e adolescentes da cidade, já que gastar 34 milhões em compras de livros de forma ilícita, é uma escolha criminosa de gestão pública, pois este dinheiro público deveria ser investido na qualidade da educação pública de Porto Alegre, que é um direito inalienável subscrito no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Estamos aguardando que todos os(as) responsáveis por este crime contra a cidade sejam punidos. O chefe do executivo, o gestor, o prefeito está envolvido nesta negociata? Já que Melo se coloca como um zelador cuidadoso, como explicar esta falta de poder e informação? Como a secretária de educação teria a responsabilidade sozinha de licitações ilícitas? Onde estava o prefeito na ocasião? Esta pergunta que não quer calar!

Explica, prefeito Melo, como que em sua gestão 34 milhões são gastos ilicitamente sem o seu conhecimento?

O povo de Porto Alegre quer saber! Estamos de olho!

(*) Professora aposentada da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre

***

As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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