Opinião
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13 de dezembro de 2023
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17:56

Expansão do HPS não está tão perto como governo divulgava e ignora problemas do hospital (por ASHPS)

Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre (Foto: Cristine Rochol/PMPA)
Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre (Foto: Cristine Rochol/PMPA)

Associação dos Servidores do Hospital de Pronto Socorro (*)

Na manhã da segunda-feira (11), a direção da Associação dos Servidores do Hospital de Pronto-Socorro (ASHPS) acompanhou no HPS a reunião com o prefeito Sebastião Melo, o secretário de saúde Fernando Ritter e a diretora-geral do HPS, Tatiana Breyer para apresentação da proposta de ampliação do hospital. Parlamentares municipais, estaduais e federais foram chamados pelo governo.

Na ocasião, o projeto de expansão não foi apresentado, apenas a imagem digital que mostra uma nova fachada para o atual prédio e a citação da intenção de criação de um prédio de 8 andares no terreno vazio ao lado do atual HPS. Segundo o governo municipal e a atual gestão hospitalar, a proposta é aumentar a capacidade de 95 para 200 leitos. A informação apresentada é de que serão necessários 140 milhões de reais para realizar a reforma, que deve durar entre 3 e 4 anos. Em relação aos recursos do município, o prefeito Melo anunciou que a prefeitura está colocando apenas 5 milhões, nada perto do montante necessário.

O foco da reunião esteve nítido, pedir aos parlamentares que destinem recursos para viabilizar a obra. Na ocasião, a deputada federal Maria do Rosário (PT) questionou a gestão municipal: “Por que apresentar a proposta em Dezembro se o prazo aos parlamentares para destinação de recursos foi até Novembro?”. A deputada alegou que em função dos prazos legais dificilmente conseguirão mudar algo dos recursos de 2024, apenas destinar para 2025 e que se a reunião tivesse ocorrido um mês antes, ainda seria possível prever recursos para 2024. Os demais parlamentares presentes concordaram com os apontamentos, informando que os prazos das demais casas legislativas também já passaram. Ponderaram ainda que aguardavam a apresentação do projeto como um todo. O secretário informou que assim que a proposta estiver finalizada enviarão o projeto.

Além do governo e parlamentares, não foi permitido o direito à fala e perguntas para mais nenhum convidado da reunião. No fim, o que fica são muitas perguntas: qual a real intenção de viabilizar a obra o quanto antes? Além da fachada, o que mais será feito no prédio atual do HPS? E a sobrecarga dos funcionários e falta de nomeações?

A prefeitura divulga a expansão do HPS como se já fosse algo certo e que já estivesse em andamento. Mas, se realmente fosse prioridade, teriam buscado recursos dentro do prazo, apresentado o projeto e não teriam medo de perguntas dos funcionários e entidades interessadas.

O prédio atual do hospital está com inúmeras alas interditadas, problemas crônicos em dias de chuva e também nos de muito calor. Áreas inauguradas neste ano já com problemas, fora as questões dos ratos. Todas sempre acompanhadas e divulgadas pela Associação. Muitos desses casos, com inúmeras promessas de resolução e nenhuma delas cumpridas.

E após a concretização da obra prometida, como será a manutenção? Igual a que não é realizada no atual prédio? E quem irá atender esses novos leitos? Os mesmos funcionários já sobrecarregados e em processo de adoecimento pela falta de concursos e nomeação de aprovadas e aprovados?

Nós, da direção da Associação de Servidores do HPS, como servidoras deste hospital, queremos a reforma, mas queremos também o básico necessário que não vem sendo realizado. Não aguentamos mais promessas não cumpridas. O projeto de expansão do HPS até o momento só tem servido de propaganda para o atual governo. Por isso, nós convidamos aos parlamentares e a imprensa para conhecerem a real situação do hospital e dos funcionários, e cobrarem da prefeitura a solução do básico, antes de vender uma grande obra que nem previsão de concretização dos recursos financeiros necessários tem.

(*) Associação dos Servidores do Hospital de Pronto-Socorro (ASHPS)

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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