Opinião
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18 de julho de 2023
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11:47

Guerra e Metaverso: fome, Amazônia e escravidão (por Adeli Sell)

Imagem: Pixabay
Imagem: Pixabay

Adeli Sell (*)

Um cínico é um homem que sabe o preço de tudo, mas o valor de nada.

Não sei quem disse esta frase. Pouco importa. O que vale é que ela é real. 

São cínicos os que defendem uma coisa chamada Metaverso, na qual só o Zuckerberg gastou mais de 2 bilhões, como são cínicos os governos que gastaram 2 trilhões na máquina de guerra como denunciou Lula, em Bruxelas.

Assim, falar de fome no mundo, dar alguns trocados como “ajuda humanitária” aos famintos do continente africano é cinismo puro.

Fala-se da busca da PAZ, como se falar dela transformasse alguém em pacifista. Enquanto isso, pessoas morrem de fome e a Amazônia é explorada, massacrada, detonada com desmatamentos ilegais, queimadas e extração ilegal de minérios, bem como é atacada a dignidade dos povos originários, praticando um genocídio contra o povo ianomâmi.

O Fundo Amazônia para nós brasileiros é fundamental, mas eu queria ver não 2 bi, mas alguns milhões do Zuckerberg nesta conta para salvar o Planeta e quem sabe no futuro ele consiga um Planeta Virtual.

Nada contra as pesquisas em torno da Inteligência Artificial, se for para produzir comida, sem causar danos ambientais, se for para ajudar a Amazônia não ser destruída pelo contrabando de madeira, com a poluição dos rios com mercúrio.  Mas para domar a Humanidade é um cinismo qualquer discurso em torno dela.

Afinal como diz Chomsky e Nicolelis a I.A. não é nem artificial nem Inteligente. Os homens que dirigem os principais centros de poder no mundo são cínicos, não são inteligentes para a Humanidade, mas são reais. Eles têm o poder, eles têm as armas, eles têm a chave do cofre, recheado com recursos de impostos que o povo é obrigado a pagar.

Mas os governos se quiserem podem fiscalizar a mudar este quadro. Leio que “EUA entregaram ao Brasil detalhes que levaram PF a Salles por suspeita de contrabando de madeira ilegal”.  De forma colaborativa, estas ilicitudes podem ser combatidas e exterminadas.

A cada dia no Brasil, mas na Europa também, lemos casos e casos de Escravidão Contemporânea. Só neste ano, com as limitadas condições das nossas fiscalizações foram resgatadas mais de 2.500 pessoas de situação análoga á escravidão.

Tivemos o rumoroso caso na Serra Gaúcha, a qual rendeu meu livro Escravidão Contemporânea, com o qual estou realizando lançamentos e palestras em várias cidades do Rio Grande do Sul.

(*) Professor, escritor e bacharel em Direito

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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