Opinião
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20 de junho de 2023
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08:14

A genialidade humana e a crise climática (por SENGE-RS)

Divulgação
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SENGE-RS (*)

Ao longo do processo evolutivo a genialidade humana produziu todas as formas de linguagem, arte, conhecimento, ciência, a própria Engenharia, entre outras expressões da capacidade de avançarmos rumo a um futuro promissor. 

Descemos das árvores, saímos das cavernas e demos início a um desenvolvimento vertiginoso que fez com que, por exemplo, acrescentássemos mais de 30 anos à expectativa de vida dos brasileiros desde 1940. Alcançamos o espaço, conhecemos o infinito, criamos uma rede mundial que conecta os indivíduos de forma instantânea, garantindo acesso a um volume incalculável de informações, praticamente de graça. 

Até bem pouco tempo, parecia não haver limites para esta jornada. Seguíamos em uma trajetória que até então tentava reafirmar os seres humanos como senhores e senhoras do universo. Embriagados pelo progresso, descuidamos das previsões relativas às consequências desta escalada, principalmente em relação aos efeitos residuais da produção e do consumo desenfreados, mas que mesmo assim, mantém de fora da festa uma parcela significativa da humanidade.

Os alertas emitidos já há décadas quanto à uma crise climática sem precedentes e ao imprescindível enfrentamento das suas consequências, colocaram em xeque toda a civilização. Tratados inicialmente como excêntricos, depois como ameaça, os ambientalistas assumem uma nova posição neste já avançado Século 21 Seus estudos já alcançaram resultados que permitem afirmarmos que, pelo menos, a problemática é real e deve ser necessária e prioritariamente encarada. Nosso desafio é acelerarmos, enquanto é tempo, a reversão do processo de degradação ambiental, onde cada atitude reflete positiva ou negativamente no planeta inteiro. Mesmo parecendo clichê, cada um de nós, incluindo as organizações, os governos, legisladores, operadores do direito e, claro, os engenheiros e engenheiras, tem muito a contribuir. 

Neste ponto cabe à sociedade e aos gestores públicos e privados valorizarem o imprescindível trabalho dos organismos de regulação e de fiscalização. Valorizar, apoiar e entender que a emissão de uma licença ambiental é uma formalidade técnica fundamental no sentido de tudo o que estamos tratando em termos ambientais. Embora seja um absurdo, a lentidão dos processos de licenciamento tem origem exatamente na falta de investimentos e não em questões funcionais, muito menos ideológicas da parte dos servidores. No Rio Grande do Sul, avançamos muito graças ao trabalho desenvolvido pelos colegas da FEPAM, exemplarmente qualificados e ao mesmo tempo, desprestigiados.  

Conhecer, debater, propor soluções, são atitudes que passam por um posicionamento individual e coletivo. Isso é o que move o Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul a protagonizar mais uma vez o debate de temas de interesses sociais relacionados à Engenharia. Nesta terça-feira, dia 20 de junho, realizaremos um grande evento, com o tema “Mudanças Climáticas e suas Consequências”. Trata-se de um seminário gratuito, aberto a todos os interessados, de todas as profissões, de todas as idades, que será realizado no Teatro da Unisinos em Porto Alegre, pelo qual reiteramos a universalidade tanto do problema quanto das necessárias soluções. 

Com a participação de expoentes nacionais de renome internacional na área da glaciologia, gestão ambiental e ativismo, o SENGE pretende reafirmar que através do conhecimento que já dispomos, evitar o pior dos cenários é uma tarefa que ainda está em nossas mãos. Permanecermos de costas às evidências é a maior de todas as irresponsabilidades.  Ciência e desenvolvimento não antagonizam com a vida e a preservação ambiental. Pelo menos, não deveriam. Ou será que evoluímos para desaparecermos?   

(*) Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul (SENGE-RS)

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.

 


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