Luciana Genro (*)
A hanseníase, que por muito tempo foi conhecida como “lepra”, levou ao isolamento e estigmatização de pacientes por séculos. Hoje em dia, há tratamentos que interrompem a transmissão e a disseminação de sintomas. A doença é causada por uma bactéria transmitida por gotas de saliva.
Os primeiros sintomas são nos nervos periféricos: áreas com formigamento ou ardor nos braços, mãos, pernas e pés. Diagnosticar e começar a tratar rapidamente é fundamental para não se ter sequelas. O sintoma mais conhecido popularmente é o aparecimento de manchas, nas quais pode haver perda de sensibilidade. É uma doença que atinge a pele e nervos. O tratamento é oferecido de forma gratuita pelo SUS e o Brasil é o segundo país do mundo em número de casos.
Ainda há pelo país muitos antigos hospitais onde os pacientes viviam de forma permanente, quando ainda não se conhecia o tratamento, e eles eram isolados e estigmatizados. Aqui no Rio Grande do Sul, o Hospital Colônia Itapuã é uma dessas instituições.
O dia 11 de maio é a data de fundação do Hospital Colônia, que está intimamente ligado à história da hanseníase no estado. Elaboramos o projeto de lei 69/2023 para chamar atenção da população à importância do diagnóstico precoce e pelo fim do preconceito contra os pacientes.
A proposta, elaborada em conjunto com o Morhan (Movimento de Reintegração dos Acometidos pela Hanseníase), coloca no Calendário Oficial do Rio Grande do Sul o 11 de maio como Dia Estadual da Conscientização sobre a Hanseníase. A proposta está tramitando na Assembleia Legislativa e esperamos poder aprová-la. A melhor forma de prevenir que os sintomas da hanseníase avancem é a informação.
(*) Luciana Genro é advogada, deputada estadual e presidente do PSOL-RS
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