Opinião
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12 de dezembro de 2022
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15:13

Covid: volta tudo (por Cassio Machado)

Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21

Cassio Machado (*)

Após 3 anos do surgimento do primeiro caso de covid-19 no mundo nos encontramos na marca dos 6,6 milhões de mortes no mundo. No Brasil, a triste marca de 690 mil mortes. Meses após a flexibilização de diversos protocolos de segurança, como a liberação de uso de máscaras em espaços fechados, em transportes públicos e estabelecimentos comerciais, e a liberação para a realização de grandes eventos, que contam com aglomerações de pessoas, somos informados que algo deu errado. Mas não muito, nem mesmo nada de imprevisível, pois, de acordo com os cientistas, que há tempos não frequentam mais os telejornais, como outrora, “a flexibilização dos protocolos de segurança antes dos patamares desejados de imunizados traz consigo seus riscos”. 

[…] a Semana Epidemiológica 43 (23 a 29 de outubro) teve 525 óbitos. Nas semanas 44, 45 e 46, observou-se uma redução, porém na Semana Epidemiológica 47 (20 a 26 de novembro), ainda incompleta, ocorre um aumento na média móvel. Em 23 de novembro, a média móvel dos últimos 7 dias é de 73 óbitos, representando um aumento de 161% em relação à média móvel anterior.

Duas semanas depois, foram registradas 180 mortes por covid-19 em 24 horas, segundo o boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Ministério da Saúde, ou seja, em um dia, houve óbitos equivalentes a duas semanas do mês anterior.

Enquanto isso, o Estado do Rio Grande do Sul possui 326 mil habitantes com mais de 80 anos, destes, 296 mil tomaram a primeira dose da vacina, 295 mil, a segunda, 265 mil, a dose de reforço, 167, a segunda dose de reforço, e 11 mil, a dose adicional. Entre adultos de 18 a 79 anos, dos 8,5 milhões, 8 milhões tomaram a primeira dose da vacina, 7,6 milhões, a segunda, 5,2 milhões, a dose de reforço, 1,8, a segunda dose de reforço, e 244 mil, a dose adicional. No dia 7 de dezembro, Arita Bergmann, secretária da Saúde do Estado ao discorrer sobre a cobertura vacinal, em um telejornal matutino, compartilhou com todos os telespectadores que aguarda orientações do Ministério da Saúde sobre as orientações relacionadas à 5ª dose. Segundo ela, os 3% da população adulta com as 4 doses representam uma ótima cobertura vacinal. 

Considerando o panorama, alguns estabelecimentos voltam a recomendar o uso de máscaras, e alguns poucos exigem o seu uso. Algumas pessoas choram suas perdas, e outras temem por seus dias. Porém, neste exato momento, escutam-se mais notícias relacionadas à festa da Gkay, ao desempenho do menino Ney e às manifestações em frente aos quartéis do exército.

(*) Psicólogo, atua no Grupo Hospitalar Conceição (GHC) ([email protected])

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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