Opinião
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28 de outubro de 2022
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09:28

Uma esperança no fim do túnel para a democracia brasileira (por Rozane Dal Sasso)

2022 foi um ano ainda de muita destruição, mas chega ao fim embalado pela esperança. (Foto: Luiza Castro/Sul21)
2022 foi um ano ainda de muita destruição, mas chega ao fim embalado pela esperança. (Foto: Luiza Castro/Sul21)

Rozane Dal Sasso (*)

Estou na vida política desde os 17 anos. Era uma adolescente menor de idade quando tive de comparecer ao quartel da minha cidade para interrogatório após quase ser morta a tiros pela polícia federal.

Em 1980 entrei na faculdade e meus horizontes se abriram mais ainda porque consegui ter acesso aos livros e a ótimos educadores. O movimento estudantil fervia e nós estávamos nas ruas, lutando por Democracia. Consegui um contrato para ser professora do estado, por meio do gerente de um banco, acreditam?

Ele distribuía contratos de professores… e me filiei ao CPERS, que foi outra escola de formação e de lutas.

A vida toda participei de passeatas, greves, manifestações, comissões. E tínhamos de fugir da polícia truculenta.

Fui vereadora em Santa Rosa e passei por situações horríveis: bullying, campanha de fakenews, ameaças de morte, tiros na minha casa.

A primeira eleição de Lula e sua reeleição significou pra mim e pra maioria da esquerda um novo tempo de paz, de democracia, de vida digna para as pessoas: salário mínimo real, novas universidades, criação de institutos federais, Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, investimentos em saúde e infraestrutura.
Dilma foi eleita e deu continuidade às pautas em defesa dos direitos básicos da população brasileira e dos programas importantes para melhorar a vida das pessoas.

A reeleição da Dilma foi marcada por golpes de toda sorte com apoio da mídia, de organizações, do empresariado e partidos políticos de direita. A traição do Temer mancomunado com Cunha, com STF, com tudo levou a primeira Presidenta do Brasil a um impeachment vergonhoso… Manchou a história da democracia brasileira mais uma vez.

A perseguição ao presidente Lula pela Lava Jato, do Moro, tirou a possibilidade de elegermos Lula Presidente em 2018, preso injustamente, sem provas, por convicções.

A direita é podre e faz qualquer coisa pra tirar a esquerda do poder ou impedir que ela chegue lá.

Foi eleito esse sujeito completamente despreparado, incompetente, que despreza os pobres, os trabalhadores, as mulheres, os negros, LGBTQIA+, representante dessa elite dominante.

Há uma lista imensa de crimes cometidos por Bolsonaro, mas ele se manteve fazendo maldades, negando a ciência, retirando recursos da educação, da saúde pra fazer orçamento secreto e comprar votos pra sua reeleição

A fábrica de mentiras do gabinete comandado por seu filho passou quatro anos agindo com redes de whatsapp, telegram, e tudo o mais. E vai encher as redes de conteúdos falsos nesses últimos dias.

Estamos a dois dias da eleição que vai decidir se o povo opta pela vida, pela paz, por direitos humanos, salário mínimo decente, empregos, aposentadoria digna ou pela morte de todos os direitos básicos do ser humano.

Eu espero que o amor vença o ódio e a gente possa viver novamente em um país decente, reconhecido no exterior, com um presidente que sabe o que é pobreza, o que é ser perseguido e invista em educação e cultura porque só o conhecimento poderá transformar pessoas para transformar o mundo, conforme Paulo Freire!

A luta continua! Vamos lutar a vida toda por políticas públicas para a Educação e a Cultura. E por vida digna para a população!

(*) Professora e gestora cultural

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21


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