Opinião
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6 de setembro de 2022
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13:26

Pleitos do funcionalismo devem pautar escolhas nas eleições (por Antonio Augusto Medeiros)

Antonio Augusto Medeiros (Foto:  Carlos Macedo / Divulgação Sintergs)
Antonio Augusto Medeiros (Foto: Carlos Macedo / Divulgação Sintergs)

Antonio Augusto Medeiros (*)

A campanha eleitoral é uma das oportunidades que as trabalhadoras e os trabalhadores do serviço público, da iniciativa privada e os aposentados têm de fazer valer o direito de lutar pelo poder e tomar as rédeas do destino do País e do Estado.

Vivemos um momento de retirada dos direitos dos trabalhadores, precarização das relações de trabalho, ampliação das desigualdades sociais, fome, miséria e de ataque aos serviços públicos com a diminuição do papel do Estado. Por meio de uma política e de um dogma da austeridade, esta narrativa estática, irreversível e construída nos é imposta por grande parte dos canais de informação. Consideram a sociedade e essa política eternas e suas contradições teóricas e práticas como secundárias e desprovidas de fundamento.

Quem de nós nunca ouviu a afirmação de que precisamos matar o doente pela cura, da necessidade do remédio amargo ou de estarmos a pagar pelo erro do passado. Assim, tentam justificar o ataque às políticas sociais, a entrega do patrimônio público, o extermínio do serviço público ou até mesmo da Constituição cidadã de 1988, que no artigo 6º prevê os direitos sociais fundamentais.

Apresentam um inédito culto não expiatório, mas culpabilizador. No capitalismo e nessa narrativa da austeridade, a intenção é nos colocar a culpa e a responsabilidade perante a sociedade. Agora, o que isso tem a ver com a situação que nós, trabalhadores do serviço público, enfrentamos? Tudo. Pois, muitas vezes, validamos esses projetos nas sucessivas eleições.

O governo Eduardo Leite/Ranolfo Vieira Júnior realiza a mesma política do governo federal, representada em muitas candidaturas, em suas mais variadas apresentações e tons nesta eleição ao governo do Estado do Rio Grande do Sul. Tratam apenas do corte de gastos, sem propor alternativas para aumentar as receitas. Como resultado, geram a estagnação econômica e o estrangulamento do mercado interno pela queda da renda real do trabalho.

Ou trazemos o debate de temas como reajuste dos salários dos servidores e reforma administrativa para o centro de nossas escolhas eleitorais, ou seremos vítimas voluntárias do extermínio do serviço público.

(*) Presidente do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Rio Grande do Sul (Sintergs)

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21


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