Opinião
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25 de janeiro de 2022
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12:47

O debate sobre os bens comuns (por Renato Barcelos)

Divulgação
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Renato Barcelos (*)

O debate sobre os bens comuns ou simplesmente comuns tem despertado atualmente inúmeras discussões não só no âmbito da sociedade, mas também nos círculos ativistas e no meio acadêmico. Muitos parecem indagar: mas afinal de contas, o que são os comuns? Seria correto afirmar que os bens comuns são recursos físicos, naturais, culturais ou produtos do conhecimento, materiais ou imateriais? Ou, ao contrário, os bens comuns se afirmam como uma relação social que mantemos com um conjunto heterodoxo de elementos e diferentes processos absolutamente vitais não só para a existência como para a evolução da comunidade humana? Se assim for, cabe a pergunta: o que definiria um comum? O objeto em si mesmo considerado ou a relação que o envolve?

Por isso, já de saída, é possível antever a presença de uma notável diferença entre as concepções de bem comum e o comum propriamente dito. Este, o comum, para muito além da noção liberal-patrimonial de bem, denota o apelo aos processos de gestão comunitária e das práticas sociais de apropriação coletiva que referenciam vivências não só possíveis como concretas de radicalização da democracia. Pois bem: já que estamos falando sobre democracia, o que entendemos por democracia real, também faz parte da reflexão que nos conduz ao conceito de comuns.

Assim, a reflexão crítica e a elaboração construtiva na concepção dos comuns como vetores de rompimento e potência para superar os paradigmas modernos, calcados na razão instrumental, se impõem hoje de tal inexorável, tal qual a flecha que ruma certeira para encontrar o alvo. A superação da concepção liberal-patrimonialista-individualista de sociedade, da razão utilitarista, do antropocentrismo, do primado do patriarcado e da primazia da propriedade como razão da felicidade geral, são alguns dos desafios que a gestão dos comuns nos convoca a olhar. Venha debater conosco sobre essa nova ordem policêntrica e comum. O evento acontecerá na programação virtual do Fórum Social das Resistências

Estarão conosco:

Painelista: Marquito (Marcos José de Abreu) – Atualmente vereador pelo PSOL em Florianópolis – falará sobre o espaço parlamentar como lugar de lutas pelo bem comum nas cidades.

Debatedores:

– Lorena Fleury – Professora do Departamento de Sociologia da UFRGS (PPGS e PGDR), integrante do Grupo TEMAS e do GPACE.

– Marcelo Kunrath Silva – Professor do Departamento de Sociologia da UFRGS e coordenador do GPACE.

– Moderador: Renato Barcelos – Advogado, conselheiro Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre e conselheiro do Clube de Cultura

DATA: 27 de janeiro de 2022
HORA: 19h
Facebook e Youtube /clubedecultura

(*) Conselheiro do Clube de Cultura

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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