Opinião
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15 de julho de 2010
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13:09

Minha cidade criativa

Por
Sul 21
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Por Emilio Cerri*

Sob o pomposo nome de “Hábitos de Informação e Formação de Opinião Pública da População Brasileira”, a Secom, do governo federal, divulgou os resultados de uma pesquisa de consumo de mídia no Brasil. O instituto Meta Pesquisa de Opinião ouviu moradores de 12 mil domicílios em 539 municípios de todos os estados, entre homens e mulheres com mais de 16 anos de diferentes faixas de renda e escolaridade. As principias conclusões relativas a todos os meios de comunicação você encontra aqui. Mas eu quero destacar o que se aprendeu sobre o rádio.

De acordo com a pesquisa, o rádio é ouvido no Brasil por 80,3% da população – 60,9%  dos entrevistados afirmaram que ouvem rádio de uma a quatro horas por dia. A programação musical tem a preferência de 68,9% dos entrevistados, seguida pelo noticiário (19,2%). O futebol é a terceira programação mais ouvida (5,4%).

As rádios FM predominam sobre a rádios AM. São ouvidas por 73,5% dos usuários de rádio. As emissoras AM são preferidas por 30,7% dos entrevistados.

Faltou alguma coisa? Sim. Sabemos que o rádio vem sendo cada vez mais ouvido pela internet, mas a pesquisa aparentemente não detalhou essa situação. Acho que o trabalho mais profundo sobre o tema foi a enquete realizada pelo GPR em 2009, cujos resultados você pode baixar aqui (pdf). De qualquer modo, a avaliação da audiência do rádio através da internet tem que constar obrigatoriamente nos estudos e planejamento de mídia, sob pena de se estar escondendo e desprezando um poderoso e versátil canal interativo de comunicação.

Já comentei anteriormente este assunto e insisto: um setor da criatividade que está precisando um novo olhar das administrações municipais é o da produção de áudio. Não conheço nenhum programa de incentivos que estimule a formação e atração de talentos, sejam músicos, cantores, compositores, arranjadores, maestros, vozes, engenheiros e técnicos – além, é claro, da tecnologia.  A produção de áudio transforma sua cidade em pólo criativo através do investimento em uma indústria limpa, com excelentes oportunidades para o empreendedorismo. Numa rápida pesquisa você descobrirá inúmeros exemplos mundo afora.

Florianópolis tem talento de sobra e trabalhos de primeiro nivel como comprovado aqui por Murilo Valente e Maurício Ventura, da TumDum Áudio. Mas o setor pode crescer muito e ganhar maior status econômico. Qual prefeito, qual vereador, qual cidadão, não gostariam de ver sua cidade no seletivo rol das cidades criativas?

*Cronista do site Instituto Caros Ouvintes de Estudos de Mídia. Texto publicado no dia 11/07/2010.


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