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15 de setembro de 2010
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22:03

Banrisul demite superintendente envolvido em esquema de desvio

Por
Sul 21
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AGERGS/Divulgação
Walney Fehlberg (dir) foi demitido pela direção do Banrisul | Foto: AGERGS/Divulgação

Igor Natusch

O Banrisul confirmou, na tarde de hoje (15), a demissão de Walney Fehlberg, superintendente de marketing do banco, acusado de envolvimento em um esquema que desviou verbas publicitárias da instituição. A demissão foi definida na última segunda-feira (13), em reunião das áreas administrativa e jurídica do Banrisul. A assessoria de imprensa do banco declarou que a demissão se deu por justa causa, mas não forneceu mais detalhes sobre a exoneração de Fehlberg.

O ex-superintendente de marketing foi preso no começo do mês, junto com outros três acusados de participação no esquema. Walney Fehlberg estaria ligado aos sócios da DCS, Armando D’Elia Neto, e da SLM, Gilson Storck, apontados como integrantes do esquema de superaturamento dos serviços de marketing, e, também, ao empresário Davi Antunes de Oliveira, operador do desvio, segundo a Operação Mercari.

O esquema envolvia a elaboração de orçamentos superfaturados, que eram aprovados pelo marketing do Banrisul, com o serviço sendo repassado para empresas controladas por Davi Antunes de Oliveira. Essas empresas “quarteirizavam” o serviço por valores muito inferiores aos pagos pelo banco, com o excedente sendo dividido pelos envolvidos no esquema.

A PF fez uma primeira tentativa de prender Walney em junho, em um aeroporto de São Paulo. O funcionário do Banrisul foi detido com US$ 20 mil, um valor insuficiente para caracterizar evasão de divisas. Mas outros indícios de desvio de recursos embasam a Operação Mercari, como uma escuta registrada no dia 13 de junho de 2010, envolvendo Walney Fehlberg e Davi Antunes de Oliveira. Na conversa, Davi teria dito a Walney que ele, Davi, teria viajado “com muito mais”, referindo-se aos US$ 20 mil encontrados com Walney.

A reportagem do Sul21 apurou também que as suspeitas da Polícia Federal aumentaram com a constatação de um súbito aumento no patrimônio do investigado, incompatível com o salário que recebia do Banrisul. Os gastos incluem a aquisição de um automóvel e a realização de reformas em duas residências do investigado, em Porto Alegre e Xangrilá.

Atualmente, a superintendência de marketing do Banrisul está nas mãos de Ildo Musskopf, funcionário de carreira da instituição. O banco teve acesso, no início dessa semana, a dados sigilosos da Operação Mercari. Segundo o advogado contratado pelo banco, Fábio Medina Osório, o Banrisul se posiciona como vítima do esquema, e tem interesse em atuar no caso como assistente de acusação. Paralelamente, o banco realiza auditoria interna, na qual tenta mensurar os danos causados a sua imagem pela liberação de dados da Operação. Os resultados dessa auditoria podem fundamentar uma ação indenizatória contra a União.


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