Rachel Duarte
Na manhã desta terça-feira, 14, na reunião ordinária de líderes da Assembleia Legislativa gaúcha, a bancada do Partido dos Trabalhadores solicitou três medidas urgentes por parte do legislativo sobre o caso dos deputados vítimas de espionagem pelo ex-sargento da Casa Militar, Cesar Rodrigues. À tarde, durante a sessão plenária, o presidente da Casa, deputado Giovani Cherini (PDT), anunciou que a Assembleia solicitará ao promotor do caso, Amilcar Macedo, o conteúdo da espionagem sobre os deputados Stela Farias (PT) e Luís Augusto Lara (PTB).
O documento entregue pela bancada do PT solicita que a Assembleia tome as seguintes medidas:
1 – Realize ato de desagravo público, no plenário da Assembleia Legislativa, liderado pelo presidente da Casa, a quem compete “zelar pela dignidade e respeito as prerrogativas de seus membros”, conforme art. 32, V, do regimento.
2 – oficie ao Promotor de Justiça da 3ª Promotoria Criminal de Canoas, responsável pela “operação agregação”, para que ele informe se outros parlamentares estaduais foram objeto de investigações ilegais e se tiveram seus dados acessados por integrantes da Casa Militar.
3 – oficie ao Secretário-Chefe da Casa Civil para que informe quais as medidas punitivas ou investigações internas foram adotadas em relação ao fato.
O líder da bancada petista na AL, deputado Elvino Bohn Gass, entregou o documento ao presidente da casa, Giovani Cherini (PDT). Bohn Gass afirma: “A casa do povo deve mostrar que não admite, não aceita e não permitirá que tal fato passe incólume por esta Legislatura”.
Investigados
Entre os deputado investigados pelo sargento, lotado na Casa Militar do governo Yeda Crusius (PSDB), estão a deputada Stela Farias (PT) e o deputado Luis Augusto Lara, do PTB. Porém, a bancada petista considera mais grave o fato de que também seus familiares, inclusive crianças, foram vítimas de espionagens por parte da Casa Militar. “O que a investigação de deputados e de crianças importaria para a segurança da senhora governadora ou do governo? questionaa no documento.
O deputado estadual Raul Pont, presidente do PT, saiu da reunião com um sentimento negativo: “Ficou evidente que parte dos deputados não querem discutir o tema”, disse. Ele afirmou, também, que “é impossível um cidadão preso dizer, via seu advogado, que cumpria ordens e o governo não ter revelado, até agora, quem dava as ordens.” E questionou: “Quem que lhe passava senhas e lhe brindou com uma Função Gratificada 10 – uma das mais altas e nem adequada a um sargento. No mínimo, isso o governo deve ao povo gaúcho e às pessoas já apontadas pelo promotor como vítimas da espionagem deste cidadão”.
Já o presidente Giovani Cherini informou que emitiria uma nota, manifestando sua preocupação com o caso. Ressaltou que não iria “tensionar” a relação com o executivo estadual. “Não podemos ser incendiários, temos que ser mediadores aqui nesta Casa”, salientou. À Tarde, durante a sessão plenária, porém, Cherini anunciou que irá, por meio da Procuradoria da AL, solicitar ao promotor do caso, Amílcar Macedo, o conteúdo da espionagem sobre os deputados Stela Farias (PT) e Luis Augusto Lara (PTB). “Diante destas informações vamos tomar as devidas posturas. Não vamos nos omitir diante da gravidade deste caso”, falou da tribuna.
O deputado que representa o governo Yeda Crusius na Assembleia, Adilson Troca (PSDB), saiu rapidamente da reunião, sem dar entrevistas. Ele estava preocupado com a mobilização de representantes da área da saúde, que protestava contra o governo estadual, em frente ao gabinete da presidência da AL.
Repercussões
Nesta segunda-feira (13), o governo divulgou a decisão de reestruturar a Casa Militar, inclusive, retirando de seus quadros a Defesa Civil.
Também nesta segunda, o chefe da Casa Militar, Ten.Cel. Marco Antonio Quevedo pediu a sua aposentadoria.
