Ainda que não seja possível afirmar se a redução dos novos casos de covid-19 na Capital se manterá de forma sustentada, a situação dá indícios de melhora. Depois da contaminação aumentar vertiginosamente em janeiro após a chegada da variante ômicron e as festas de final de ano, o mês de fevereiro tem mostrado uma diminuição gradual no número de novos infectados.
A tendência de queda ocorre após o pico de 13.545 novos casos positivos registrados na semana epidemiológica nº 3 (entre 16 e 22 de janeiro). Desde então, os casos vêm caindo na cidade, até registrarem 3.502 novos positivos na semana epidemiológica nº 7 (entre 13 e 19 de fevereiro).
Apesar da diminuição, o momento ainda apresenta grande aumento da contaminação em comparação ao mês de dezembro do ano passado, antes da ômicron ter sua transmissão declarada comunitárias no dia 23 de dezembro. Como exemplo, a Capital registrou apenas 50 novos casos entre os dias 12 e 18 de dezembro, subindo para 215 na semana seguinte, e saltando para 618 na última semana de 2021.
O último Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), publicado nesta quarta-feira (23), destaca a importante redução no número de casos desde a semana epidemiológica nº 5 (de 30 de janeiro a 5 de fevereiro), quando houve 8.008 testes positivos confirmados, mas alerta ser ainda cedo para afirmar se esta redução será sustentada devido à constante atualização dos dados nos sistemas de informação oficiais da covid-19 pelas diversas fontes notificadoras.
Ao contrário do primeiro semestre de 2021, quando a variante Gama do coronavírus levou o Rio Grande do Sul ao seu momento mais grave da pandemia em número de internações hospitalares e de mortes, o atual momento, apesar da contaminação ainda superior, não se refletiu na mesma medida em óbitos e internações. A explicação é a eficácia das vacinas em proteger a população imunizada das formas mais graves da doença. Se nos primeiros meses de 2021 a vacinação era lenta e com baixa cobertura na sociedade, o momento agora é outro.
“A variante ômicron, que teve transmissão comunitária declarada em 23 de dezembro de 2021 (SE 51/2021), ingressou na cidade em um cenário diferente, com alta adesão populacional às vacinas contra a covid-19. Dessa forma, apesar da sua alta transmissibilidade, já observada em outros países, não determinou grande elevação de internações e óbitos quando comparada com a variante Gama em 2021”, explica o boletim epidemiológico.
Segundo o documento, até essa quarta-feira (23), Porto Alegre contabilizou 6.082 mortes com exame positivo para covid-19. Desse total, 5.595 (91,9%) possuíam alguma comorbidade ou outro fator de risco, sendo que as comorbidades mais frequentes foram cardiopatias (3.064) e diabetes mellitus (2.089). Foram considerados como fatores de risco prévios, além de comorbidades: gravidez; ser residente de Instituição de Longa Permanência; tabagismo ou ex-tabagismo; e imunossupressão por outra causa que não a morbidade. A faixa etária com maior mortalidade na Capital permanece sendo entre 70 e 79 anos.
A análise dos dados mostra que o aumento no atendimento médico em janeiro ocorreu principalmente nas Unidades de Saúde da Atenção Primária em Saúde. De acordo com a Prefeitura, este fato pode estar relacionado aos quadros respiratórios leves que a maioria da população vem apresentando. “Destaca-se que mesmo diante da alta transmissibilidade da variante ômicron, as vacinas (contra) covid-19 são altamente eficazes na prevenção de quadros clínicos graves, hospitalizações e mortes”, diz o boletim.
