Saúde
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21 de maio de 2024
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15:52

Ministério da Saúde anuncia mais de R$ 200 milhões para recuperar rede atingida pela enchente

Por
Sul 21
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Força Nacional do SUS atua no atendimento às vítimas da enchente no RS. Foto: Agência Brasil/Nísia Trindade/X
Força Nacional do SUS atua no atendimento às vítimas da enchente no RS. Foto: Agência Brasil/Nísia Trindade/X

Cumprindo agenda em Porto Alegre nesta terça-feira (21), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a destinação de R$ 202,2 milhões para a ampliação e manutenção da assistência de saúde no Rio Grande do Sul. Deste total, R$ 135,9 milhões são recursos para a reconstrução e fortalecimento da rede de saúde gaúcha. Ao todo, 33 municípios serão beneficiados.

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O recurso se divide em R$ 76,3 milhões oriundos do programa Novo PAC Seleções, R$ 59,6 milhões que serão liberados via portarias a serem publicadas e R$ 66,3 milhões para investimento na compra de medicamentos, insumos, entre outros.

Desde o início das enchentes que atingiram o estado, o Ministério da Saúde já destinou mais de R$ 1,7 bilhão em recursos emergenciais.

Nísia ressaltou que o Ministério da Saúde tem bases que permitem atuar de forma coordenada e apresentar respostas imediatas ao desastre. “Queria agradecer os trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Único de Saúde. As bases de apoio nos permitem chegar mais longe”, analisou. “São muitas forças mobilizadas. Esse esforço gigantesco é fundamental. O que acontece no Rio Grande do Sul não é um desafio do estado ou dos municípios mais afetados. É um desafio para todo o Brasil”, afirmou.

Além dos valores anunciados nesta terça-feira, o Ministério da Saúde já liberou para o Rio Grande do Sul, desde o início do trágico evento climático, R$ 816 milhões por medida provisória do governo federal a partir do cadastro de recepção de demandas dos municípios; R$ 540 milhões em emendas parlamentares antecipadas; R$ 95 milhões para apoio emergencial a estados e municípios; e R$ 115 milhões para o Grupo Hospitalar Conceição.

O ministério ainda mantém três hospitais de campanha em funcionamento (Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo) e uma unidade está sendo montada em Novo Hamburgo.

Cerca de 3 mil estabelecimentos de saúde podem ter sido impactados de alguma forma pelo desastre climático no Rio Grande do Sul, entre consultórios, clínicas, centros de saúde especializados e farmácias. Os dados fazem parte de mapeamento feito pelo Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O mapeamento foi feito com base no cruzamento de diversos bancos de dados. Os pesquisadores analisaram as manchas de inundação obtidas por imagens de radar e de satélite e verificaram os estabelecimentos e territórios localizados nessas áreas, usando dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, do Instituto Brasileiro de Gerografia e Estatítica (IBGE), da Fundação Palmares e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), entre outros.

As informações estimam os serviços e territórios do estado que foram impactados. Os dados e mapas interativos estão disponíveis para consulta na página do Observatório, com informações disponíveis por município.

De acordo com Renata Gracie, pesquisadora do Observatório de Clima e Saúde, o objetivo principal do trabalho é subsidiar ações do poder público e da sociedade civil tanto neste momento quanto em momentos futuros, na reconstrução e recuperação das áreas atingidas. A pesquisadora ressalta que será necessário um cuidado cada vez maior com a saúde das pessoas, que poderão apresentar doenças de pele, viroses e outras enfermidades relacionadas ao contato com a água suja e com microrganismos. Para que o estado possa atender as pessoas é importante saber os equipamentos de saúde que estão disponíveis e os que foram atingidos.

“A gente vai ter uma questão complexa por conta das doenças. Muitas unidades de saúde foram inundadas e as pessoas não vão conseguir ter acesso a elas. Então, esse sistema serve para os gestores municipais e estaduais olharem o tamanho do que foi impactado e fazer um diagnóstico de situação”, explica.

Além disso, Gracie diz que os mapas podem auxiliar a própria população para identificar os serviços que ainda estão disponíveis nas proximidades de onde se encontram. “A ideia é fazer essa divulgação para todo o público, os gestores, a sociedade civil. A sociedade tendo acesso, tem condições de fazer indicações do que é necessário para o seu território. Muitas vezes, as pessoas que não estão conseguindo mobilidade por causa da situação caótica que grande parte das cidades está vivendo neste momento e não sabem o que está funcionando e o que não está. Então, a ideia é tentar dar as informações para as populações que também que estão ali vivendo esse cotidiano”, explica.

Com informações da Agência Brasil


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