Saúde
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29 de março de 2024
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15:44

Trabalhadores de hospitais de Alvorada e Cachoeirinha convocam greve para esta 2ª

Por
Sul 21
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Trabalhadores do Hospital Padre Jeremias, de Cachoeirinha, aprovaram a greve em assembleia realizada na última quarta (27) | Foto: Divulgação
Trabalhadores do Hospital Padre Jeremias, de Cachoeirinha, aprovaram a greve em assembleia realizada na última quarta (27) | Foto: Divulgação

Trabalhadores da saúde dos hospitais Padre Jeremias, do município de Cachoeirinha,  e Alvorada, de Alvorada, decidiram nesta  quarta (27) e quinta-feira (28), respectivamente, convocar uma greve a ser iniciada a partir das 6h da próxima segunda-feira (1º) em razão do governo do Estado ter negado a manutenção do contrato de gestão das instituições firmado com a Fundação Cardiologia, o que representa que eles serão demitidos com a troca de gestão sem a garantia de recebimento de verbas rescisórias.

A reclamação ocorre porque, com a transição na gestão dos hospitais, a Fundação Cardiologia terá de desembolsar cerca de R$ 41 milhões em verbas rescisórias para cerca de 930 trabalhadores a serem despedidos, o que ela alega não ter condições financeiras de fazer e, na prática, deixará os trabalhadores sem garantia de recebimento das verbas.

Além das paralisações já confirmadas — que serão antecedidas por piquetes previstos para serem iniciados às 00h01 de segunda-feira –, trabalhadores do Instituto de Cardiologia de Viamão, também sob gestão da Fundação, decidiram entrar em estado de greve em razão da insegurança sobre a manutenção de seus vínculos empregatícios. Uma nova assembleia dos trabalhadores do hospital foi convocada para o dia 5 de abril para reavaliar a situação.

De acordo com o Sindsaúde-RS, um dos sindicatos que representam os trabalhadores, as paralisações em Alvorada e Cachoeirinha poderão ser se o governo do Estado apresentar uma proposta concreta para quitação das verbas rescisórias. Caso isso ocorra até a próxima segunda-feira, uma assembleia dos trabalhadores será realiza no horário previsto para o início da greve para decidir sobre a continuidade ou não do movimento. Caso não ocorra, a greve será iniciada.

“Conforme o Sindisaúde-RS denuncia desde junho do ano passado, o desastre na Região Metropolitana é consequência direta do Programa Assistir do Governo do RS, que não investiu sequer a metade do sugerido pela própria Secretária de Saúde. A da incompetente gestão do Instituto de Cardiologia também tem seu papel: hoje em recuperação judicial, está deixando dívidas trabalhistas estimadas em R$ 40 milhões nas duas cidades”, diz o presidente do sindicato, Julio Jesien.

Em audiência de mediação realizada pela Justiça do Trabalho sobre o caso, o governo do Estado afirmou que o rompimento dos contratos de gestão dos hospitais com a Fundação Cardiologia ocorre em razão de dificuldades no cumprimento de plantões, especialidades e na prestação do serviço público. Na ocasião, o Estado afirmou não poderá arcar com o custo total das rescisões.

Além do Sindsaúde-RS, as paralisações também estão sendo convocadas por Sergs, Sinurgs, Sinttargs e Sinditest-RS.


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