Saúde
|
21 de setembro de 2022
|
19:27

Porto Alegre alcançou até o momento somente 27% da meta da vacinação contra a poliomielite

Por
Sul 21
[email protected]
A poliomielite pode afetar o sistema nervoso e causar paralisia das pernas ou braços, sendo que não há tratamento para a doença e a vacina é a única estratégia. Foto: National Cancer Institute/Unsplash/Divulgação
A poliomielite pode afetar o sistema nervoso e causar paralisia das pernas ou braços, sendo que não há tratamento para a doença e a vacina é a única estratégia. Foto: National Cancer Institute/Unsplash/Divulgação

Porto Alegre atingiu apenas 27% da meta estipulada para garantir a proteção da população contra a poliomielite, uma doença capaz de deixar a criança paraplégica. A meta projetada é vacinar 95% do público alvo, que são as crianças menores de cinco anos de idade. Segundo a Prefeitura, dados do LocalizaSUS, nesta quarta-feira (21), indicam que foram aplicadas 17.963 doses de vacinas contra a poliomielite durante a campanha nacional de imunização na Capital. A estimativa era imunizar 66.300 crianças.

Em Porto Alegre, considerando as faixas etárias, 26,78% das crianças até 1 ano de idade foram vacinas (4.201 doses); – 26,20% das quem têm 2 anos (4.415 doses); 27,49% com 3 anos (4.638 doses) e 27,88% das crianças com 4 anos (4.709 doses).

Em função da baixa adesão, a campanha prossegue em todo o País até 30 de setembro. A vacina contra poliomielite está disponível em 123 unidades de saúde na Capital, com atendimento de acordo com o horário de funcionamento de cada local.

Em julho de 2022, os Estados Unidos registraram um caso de pólio. Foi o primeiro em quase uma década. A pessoa não era vacinada. Países como o Paquistão e o Afeganistão apresentam cenário epidemiológico em que a poliomielite é doença endêmica, ou seja, o vírus circula.

Com o tráfego aéreo constante, os órgãos de saúde defendem ser essencial que as coberturas vacinais sejam superiores a 95% para proteger as populações. O Brasil não atinge a meta desde 2015. Em Porto Alegre, o percentual vem diminuindo também no mesmo período. De acordo com a Prefeitura, tal situação coloca a cidade e o País em risco de reintrodução do vírus, especialmente se considerado o tráfego internacional de pessoas em viagens pelo mundo e a forma de transmissão.

“Estamos em alto risco para reintrodução do vírus no país, e ele não circula no Brasil desde 1989”, alerta Augusto Crippa, enfermeiro do Núcleo de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde. “A criança pode ir dormir com febre e, em casos graves, no dia seguinte, acordar sem movimentos nas pernas de forma permanente”, afirma, destacando a gravidade da doença.


Leia também