Saúde
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15 de julho de 2022
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17:49

Ambulatório Trans de Porto Alegre passa a oferecer hormônios gratuitos pelo SUS

Por
Sul 21
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Foto: Bruna Porciúncula
Foto: Bruna Porciúncula

A partir de uma emenda parlamentar com verba de R$ 500 mil, o Ambulatório Trans de Porto Alegre iniciou, em julho, o fornecimento dos hormônios testosterona e estrogênio gratuitamente a seus pacientes. Os recursos foram aprovados pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL) em 2019 e inscritos no orçamento de 2020, porém a entrega somente iniciou neste mês.

Assim, o ambulatório passa a ser o único serviço do Sistema Único de Saúde (SUS) da Capital a oferecer hormônios para a população travesti e transexual. O serviço atende cerca de 1.300 pacientes cadastrados, e realiza, em média, 200 atendimentos por mês. A médica Gabriela Tizianel, coordenadora do Ambulatório Trans, explica que, pelo alto custo dos hormônios em farmácias, muitos recorriam a medicamentos de baixa qualidade. “Foi muito bom poder dizer para as pessoas que agora estamos fornecendo os hormônios que elas necessitam”, conta.

Do valor destinado, R$ 200 mil foram utilizados para a compra de 670 ampolas de Undecilato de Testosterona e 80 mil comprimidos de Valerato de Estradiol 1mg (estrogênio). A previsão é que a quantia seja suficiente por pelo menos três meses. O restante da verba deve ser destinado às compras futuras.

Segundo a coordenadora, para ter direito aos hormônios gratuitamente, é preciso ser um paciente regular do serviço. Para isso, é necessário o contato via WhatsApp, no número (51) 99506-9632, para agendar uma consulta e realizar o acompanhamento multidisciplinar oferecido. Por ser vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, o serviço é exclusivo para pessoas trans residentes em Porto Alegre. Os atendimentos acontecem nas segundas e quartas-feiras, das 18h às 22h, no segundo andar da Unidade de Saúde Modelo.

Por ser fruto de uma emenda parlamentar, a verba não deverá ser reposta e não há previsão de investimento por parte da Prefeitura da Capital na compra de novos medicamentos. “Por isso a organização e a luta da população LGBT é tão importante, pois só com mobilização e pressão sobre os governos é que pode conquistar uma política permanente de atenção à saúde integral desta comunidade”, defende Luciana Genro.

Além da deputada, o vereador Roberto Robaina (PSOL) apresentou, em 2017, um projeto de indicação para que fosse criada uma estrutura na rede municipal. No mesmo ano, o parlamentar aprovou uma emenda destinando R$ 200 mil para que o serviço pudesse ser oferecido. Na gestão Marchezan, os serviços não foram executados e uma nova emenda foi aprovada em 2018, no valor de R$ 100 mil.


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