Eduardo Leite (PSDB), ex-governador e candidato à reeleição no Rio Grande do Sul, não se posicionou no segundo turno da disputa presidencial, mas o clima nos arredores do Palácio Piratini na tarde desta quarta-feira (19) era de apoio ao ex-presidente Lula (PT). Do carro de som, o petista se dirigiu a quem estava na sacada da sede de governo e afirmou: “no dia 30, conto com todos vocês, até quem está aí na janela”. Em resposta, recebeu o L com o polegar e o indicador, que virou marca registrada da campanha do ex-presidente. Lula encerrou na Praça da Matriz, onde ficam, além do Piratini, a Assembleia Legislativa e o Palácio da Justiça, seu ato de campanha ao segundo turno na capital gaúcha. Antes, milhares de pessoas se reuniram no Largo dos Açorianos e caminharam pela Borges de Medeiros e pela Riachuelo.
Mais tarde, o governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) participou de jantar com Geraldo Alckmin (PSB), seu ex-companheiro de partido e vice de Lula, e lideranças do PT no Estado, como o candidato ao governo Edegar Pretto, que acabou em terceiro na disputa, e Paulo Pimenta, presidente estadual do partido.
À tarde, em coletiva de imprensa no hotel Plaza São Rafael, Lula foi questionado sobre o posicionamento do PT na disputa pelo segundo turno no Rio Grande do Sul, entre Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), ex-ministro de Bolsonaro. O petista afirmou que a direção estadual do partido tem liberdade e autonomia para tomar decisões. “Não precisa eu xeretar na decisão do PT do Rio Grande do Sul. Segundo, eu acho que tem várias pessoas do PT que já declararam voto contra o Onyx. Eu não sei se favorável ao outro, mas contra o Onyx”, disse.
Lula destacou ainda a importância de votar em um democrata: “Eu acho que o povo sempre tem que escolher aquela pessoa mais democrata, aquela pessoa mais razoável, aquela pessoa mais sensível aos problemas sociais. Pelo que eu conheço do Onyx, ele não é essa pessoa. Eu conheci ele como deputado, eu era presidente, ele não é essa pessoa mais democrática, não é essa pessoa mais sensível e é a pessoa, provavelmente, mais comprometida com o Bolsonaro. Portanto, o PT tem autonomia para fazer o que bem entenda aqui, menos eleger o Onyx”, afirmou.
Logo após o primeiro turno, Eduardo Leite anunciou que não se posicionaria sobre o segundo turno nacional, também não procurou o PT para uma eventual aproximação, embora dependa de boa parte do eleitorado que votou em Pretto para vencer Onyx Lorenzoni, que liderou o primeiro turno.
