Eleições 2022
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11 de outubro de 2022
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14:39

CNBB lamenta exploração da fé e da religião para conquistar votos no 2º turno

Por
Sul 21
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Comunicado é divulgado na véspera do presidente fazer ato de campanha no Santuário de Aparecida. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Comunicado é divulgado na véspera do presidente fazer ato de campanha no Santuário de Aparecida. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

“Existe um tempo para cada coisa.”

A citação bíblica do Eclesiastes abre a nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgada nesta terça-feira (11), lamentando “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno” das eleições deste ano.

“Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos”, diz o comunicado.

A manifestação da CNBB ocorre na véspera do Feriado de Nossa Senhora Aparecida e da ida do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) ao Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. A campanha de Bolsonaro tem sido marcada pelo forte cunho religioso, principalmente junto ao público evangélico e, nos últimos dias, com acenos para a comunidade católica brasileira.

No último sábado, Bolsonaro participou da tradicional romaria fluvial em celebração ao Círio de Nazaré, em Belém (PA). Na ocasião, a tentativa de capitalizar politicamente a presença no ato também foi criticada pela Arquidiocese de Belém.

“A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho”, afirma a CNBB.

Os bispos católicos destacam que a entidade religiosa condena, veementemente, o uso da religião por qualquer candidato como instrumento de campanha eleitoral.

“Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário”, finaliza a manifestação da CNBB.


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