Política
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10 de janeiro de 2023
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19:15

Leite diz que cena no STF é estarrecedora e classifica ataques como ‘selvageria insana’

Por
Sul 21
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Reunião do Gabinete de Crise montado pelo governo estadual para alinhar ações de monitoramento e investigação dos atos golpistas. Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini
Reunião do Gabinete de Crise montado pelo governo estadual para alinhar ações de monitoramento e investigação dos atos golpistas. Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

“A cena é estarrecedora.” Assim o governador Eduardo Leite (PSDB) definiu o que presenciou no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de segunda-feira (9), junto com o presidente Lula, ministros da Suprema Corte e outros governadores do País, após participar de reunião para tratar da reação conjunta dos poderes institucionais contra os atos violentos ocorridos em Brasília.

“O que aconteceu foi um ato de selvageria absolutamente insano. Destruição absoluta do plenário histórico. Não é uma agressão apenas ao patrimônio público, que já seria reprovável, mas é uma agressão a estruturas físicas que têm uma representatividade e com a defesa de uma ruptura democrática”, afirmou, após reunião nesta terça-feira (10) do Gabinete de Crise instalado pelo governo estadual.

Durante o encontro, houve a atualização e o alinhamento das informações sobre as ações de monitoramento e investigação tomadas em relação aos atos que atentam contra a democracia. Na reunião, Leite destacou a integração e o compartilhamento de informações como fatores fundamentais neste momento.

“É essencial alinharmos conhecimento e informações e promovermos integração entre as esferas de competência que estão atuando em relação aos atos antidemocráticos. Não podemos transformar a compartimentação das competências em uma dificuldade para agirmos”, disse.

Segundo o governo estadual, a Brigada Militar (BM) desmobilizou na segunda-feira (9) os acampamentos antidemocrático que restavam no Estado e, no momento, não há registro de nenhuma aglomeração no Rio Grande do Sul. A ação ocorreu após dois meses em que a BM, sob comando do ex-governador Ranolfo Vieira Júnior, apostou – sem sucesso – na estratégia do “diálogo” com os atos golpistas, com poucos resultados efetivos.

Os 73 policiais da tropa de choque da BM destacados para dar suporte ao governo federal já estão de prontidão e devem se deslocar para a capital federal em uma avião da Força Aérea Brasileira ainda nesta terça-feira.

“Estamos comprometidos com a proteção da Capital Federal, que é a capital de todos os brasileiros e a sede das instituições que são o alicerce da nossa democracia. Todos temos responsabilidade na defesa das instituições e inclusive do patrimônio público lá estabelecido”, afirmou o governador.

O governo estadual informou que a Polícia Civil (PC) trabalha nos inquéritos que investigam pessoas que financiaram e atuaram nos crimes contra a democracia praticados no Rio Grande do Sul. De acordo com o chefe da PC, delegado Fábio Motta Lopes, a previsão é de que o inquérito seja concluído até o início de fevereiro.

O órgão também atua em colaboração com a Polícia Federal (PF) na identificação de pessoas que se deslocaram do Rio Grande do Sul para Brasília nos dias anteriores aos atentados e que possam ter participado dos atos. Os inquéritos serão remetidos ao Ministério Público nas esferas estadual e federal.

O governador reforçou que as forças de segurança estão prontas para agir diante de qualquer ato contra a democracia e que os setores de inteligência das polícias estão atentos para garantir a lei e a ordem constitucional no RS. “Não há como termos repressão policial em absolutamente todos os pontos sensíveis. Por isso, a inteligência está monitorando e detectando onde podem ocorrer novos atos. Em outra frente, trabalhamos para dar consequência a quem tenha praticado atos criminosos que precisam ser punidos”, enfatizou.


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