Política
|
8 de janeiro de 2023
|
23:02

Dino: ‘Esses acampamentos são incubadoras de terroristas e, infelizmente, os fatos mostram isso’

Por
Luciano Velleda
[email protected]
O ministro da Justiça, Flavio Dino. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
O ministro da Justiça, Flavio Dino. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Durante uma longa coletiva de imprensa na noite deste domingo (8), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, avaliou que o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneiz Rocha, foi “iludido e enganado” na preparação da segurança pública para lidar com os bolsonaristas que estavam chegando a Capital Federal.

Após ter mantido contato com as autoridades do DF nos últimos dias, considerando que já havia informação de dezenas de ônibus se dirigindo a Brasília, Dino disse que lhe chamou atenção uma mudança de última hora no planejamento da segurança: no sábado à noite, ficou sabendo que o acesso dos bolsonaristas na Esplanada dos Ministérios não seria mais bloqueado. O ministro contou ter se surpreendido com a mudança, mas que as autoridades do DF lhe garantiram que a preparação estava adequada.

Segundo Dino, o pedido de desculpas do governador do DF é um reconhecimento do planejamento errado e que espera haver responsabilização de quem não cumpriu seus deveres institucionais. “O governador Ibaneiz com certeza vai responder se alguém o enganou, omitiu e por que.”

O ministro da Justiça enfatizou que os atos acontecidos neste domingo em Brasília foram uma tentativa de depor o governo democraticamente eleito. “Isso é terrorismo, golpismo. Não conseguirão destruir a democracia brasileira”, afirmou de modo enfático. “Esses acampamentos são incubadoras de terroristas e, infelizmente, os fatos mostram isso.”

A passividade da Polícia Militar do Distrito Federal foi destacada por Dino. Para ele, preferências ideológicas nas forças de segurança estão atrapalhando o cumprimento de deveres institucionais. Como contraponto, ressaltou que assim que a Força Nacional entrou na Esplanada, os golpistas foram afastados e a situação foi controlada em cerca de 1h, ao contrário das horas anteriores em que a apenas a PM do Distrito Federal estava no local.

“Interessa à nação que todos os servidores públicos civis e militares cumpra seus deveres”, disse o ministro.

A falta de ação do contingente militar que faz a segurança do Palácio do Planalto também foi lembrada, considerando que os golpistas invadiram com facilidade a sede do Poder Executivo. Dino reconheceu que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e o ministro da Defesa, José Múcio, deverão apurar por que a segurança militar do Planalto não atuou.

Durante a coletiva, o ministro da Justiça anunciou que mais de 200 pessoas foram presas em flagrante até o momento e que mais detenções serão feitas. Dino também afirmou que cerca de 40 ônibus estão apreendidos e seus financiadores já foram identificados. “Teremos novos pedidos de prisão preventiva.”


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora