Política
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25 de julho de 2022
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15:50

Candidatura de Olívio começou com sugestão de Lula e foi definida no domingo

Por
Luís Gomes
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Olívio Dutra foi anunciado como pré-candidato do Senado nesta segunda-feira | Foto: Luiza Castro/Sul21
Olívio Dutra foi anunciado como pré-candidato do Senado nesta segunda-feira | Foto: Luiza Castro/Sul21

A federação PT-PCdoB-PV confirmou em entrevista coletiva, realizada nesta segunda-feira (25), que o ex-governador Olívio Dutra (PT) deve ser o candidato dos partidos na disputa para o Senado. A ideia é que Olívio encabece uma espécie de candidatura coletiva, dividindo o mandato entre o primeiro e o segundo suplentes que comporão a chapa. Os nomes dos suplentes, contudo, não foram anunciados.

Durante a entrevista coletiva, o pré-candidato do PT ao governo do Estado, Edegar Pretto, pontuou que o partido vem buscando realizar uma troca geracional, com nomes como o próprio Olívio, Tarso Genro e Paulo Paim abrindo espaço para novas candidaturas, o que, inclusive, levou à escolha de seu nome para a disputa ao Palácio Piratini. No entanto, Pretto pontuou que, em conversas nas últimas semanas, o ex-presidente Lula “lembrou” dos nomes de Tarso e Olívio para a disputa ao Senado.

Pretto disse que, a partir da sugestão de Lula, as conversas com Olívio iniciaram no início da semana passada. “Ele [Olívio] comunicou a mim que, se tivesse a possibilidade de construir algo inovador, com esta proposta do mandato coletivo, ele ia pensar, consultar mais gente, se colocaria o nome dele à disposição. Isso já vem desde o início da semana passada, mas nós amarramos mesmo ontem à tarde numa reunião na minha casa, onde nós conversamos longamente”, explicou o pré-candidato ao governo.

Pretto (dir.) informou que conversas em torno do nome de Olívio para a disputa ao Senado começaram na semana passada | Foto: Luiza Castro/Sul21

À distância, a conversa na casa de Pretto era monitorada pelo presidente estadual do PT, Paulo Pimenta. Na coletiva desta segunda, o deputado federal pontuou que o PT vinha fazendo um esforço para oferecer a vaga do Senado para uma candidatura competitiva aos partidos que compõem a Federação Brasil da Esperança e a aliança nacional em torno da candidatura de Lula, o que inclui também PSB, PSOL, Rede e Solidariedade.

“Nós entendemos que a presença do Senado, na conjuntura que se avizinha, é extremamente importante. A partir do momento que nós não tivemos êxito em compor, nós procuramos entre os nossos filiados da frente aqueles que têm mais densidade eleitoral, mais capacidade de agregação para construir uma campanha vitoriosa”, disse.

Pimenta ponderou que a federação ainda segue discutindo a ampliação da aliança em torno do nome de Edegar e que, um dos elementos para atrair outros partidos é a possibilidade de compor a candidatura coletiva de Olívio.

“Um dos mais entusiasmados com certeza é o Lula. Essa chapa Edegar e Olívio Dutra causou uma enorme repercussão positiva para o presidente Lula, um entusiasmo e um compromisso de estar mais presente ainda na campanha”, disse Pimenta, acrescentando que Lula e Olívio conversaram na manhã desta segunda.

Fala de Olívio foi acompanhada por lideranças e militantes do PT e de partidos aliados | Foto: Luiza Castro/Sul21

Já Pretto pontuou que a candidatura de Olívio, se não unifica os partidos, unifica o eleitorado progressista. “O nome do Olívio unifica o campo progressista, independente de estarem formalmente na nossa federação. O símbolo do Olívio Dutra como pré-candidato traz essa unidade muito potente”, disse.

Durante a coletiva, Pimenta e Pretto deixaram claro que os nomes para a suplência ainda não foram definidos, assim como não foi definido o nome do candidato a vice-governador na chapa de Pretto. Representando os partidos que compõem a frente, estiveram ao lado dos petistas na coletiva a vereadora Daiana Santos (PCdoB) e o ex-vereador Marcelo Sgarbossa (PV).

Olívio não participou da coletiva, mas fez uma fala de cerca de 20 minutos na abertura do evento, que acabou se transformando em ato político com a presença de lideranças e militantes do PT e de partidos aliados.

“Depois de acompanhar, tentar ajudar, propor, opinar, argumentar, contra argumentar, avaliar, aprender sempre, entendemos que a frente vai ter que nos aguentar”, disse.

Olívio disse que proposta da candidatura é representar ideário coletivo dos partidos | Foto: Luiza Castro/Sul21

O ex-governador frisou que aceitou participar da disputa pela ideia de compor um mandato coletivo. “Nós propomos um mandato coletivo para o Senado Federal que represente o conjunto das nossas forças e o ideário comum. O mandato não é pessoal, particular, individual, e também não é o mandato de só um dos partidos da Frente Brasil da Esperança. Há de ser um mandato que represente esse conjunto de forças, mas que tenha a unidade num ideário”, disse.

Olívio também frisou que a composição do mandato se dará a partir da discussão com os partidos aliados, mas deixou claro que a ideia não ficará apenas no papel e que deverá praticá-la dividindo espaço com os suplentes, caso seja eleito. “Nós temos muito que conversar sobre essa engenharia do mandato coletivo, mas haveremos de tê-lo e praticá-lo. Não podemos fazer um discurso e depois ter uma prática diferente”.


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