Para a recuperação do Brasil e para a promoção de um novo ciclo de desenvolvimento econômico e social, não basta apenas a derrota de Jair Bolsonaro na eleição de outubro. Sabendo da necessidade de um recoesionamento democrático, os autores do livro “Estado social do trabalho e do empreendimento” apresentam propostas que encaminhem um novo pacto social desenvolvimentista de reconstrução do país, após a esperada derrota da extrema-direita neofascista. Um pacto que compreenda as mudanças tecnológicas, o direito ao trabalho, a importância das mulheres na disputa entre produção e reprodução social, as relações entre Estado, empresas e sociedade, tendo como centro a democracia participativa, a relação com a natureza e o resgate da dignidade humana.
“É uma contribuição que produzimos para oferecer aos distintos setores democráticos e progressistas que estão interessados em formular um novo projeto social-democrata que recupere as raízes da social-democracia. Significa, portanto, entender que assim como houve a superação do chamado comunismo soviético, também houve uma superação das experiências sociais-democratas”, afirma Tarso Genro, um dos autores da obra. “É uma contribuição de fora para dentro dos partidos, com a intenção de oferecer subsídios para o debate no sentido de recuperar o humanismo originário da democracia, ancorada na social-democracia do início do século passado, que redundou, como dizem os franceses, numa árvore social-democrata. Árvore que está ressecando e nós queremos regenerá-la”, acrescenta Tarso.
Além de Tarso Genro, assinam a obra o também advogado Rogério Viola Coelho, os economistas Cristina Pereira Vieceli, Marilane Oliveira Teixeira e Ladislau Dowbor e o cientista político Marcelo Danéris.
Entre as propostas, os autores apresentam a criação um novo modelo de seguro. O trabalhador que estiver recebendo o seguro-desemprego poderá ser contratado por uma empresa e seguir recebendo o benefício pelo tempo que estava previsto. A empresa contratante não precisará pagar os vencimentos do trabalhador durante este período e ficará com o compromisso de mantê-lo como funcionário por ao menos um ano. Outras sugestões são a elaboração de um novo estatuto protetivo para os trabalhadores, reestabelecendo direitos revogados com a reforma trabalhista e que considerem as características do novo mundo do trabalho; a criação de mecanismos que eliminem as diferenças salariais de gênero e a execução de programas e pesquisas em ciência e tecnologia.
O livro “Estado social do trabalho e do empreendimento” foi editado pela editora Libretos e está disponível em diversas livrarias e neste endereço.
Nas próximas semanas a obra também será lançada em uma versão digital.
