Política
|
28 de janeiro de 2022
|
19:03

PF vê indícios de crime de Bolsonaro ao vazar inquérito sobre urnas eletrônicas

Por
Sul 21
[email protected]
Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro passado, a delegada Denisse Ribeiro, da Polícia Federal, afirmou que reuniu indícios de crimes cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quando ele divulgou, em agosto, informações de um inquérito sigiloso sobre o ataque ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As informações são do G1.

Em 4 de agosto, Bolsonaro divulgou nas redes sociais a íntegra do inquérito da PF que investigava o ataque ao sistema interno do TSE em 2018 e supostas ameaças as urnas eletrônicas. No dia 12 do mesmo mês, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Bolsonaro deveria ser investigado pelo vazamento de investigação sigilosa. Na ocasião, ele determinou que os links disponibilizados pelo presidente fossem retirados do ar, bem como o afastamento do delegado da PF responsável pelo inquérito.

Nesta quinta-feira (27), Moraes retirou o sigilo do documento enviado pela delegada Denisse. Na peça, ela afirmou que reuniu elementos de “atuação direta, voluntária e consciente” de Bolsonaro ao vazar os dados do inquérito. O link do inquérito foi disponibilizado na internet e, com isso, divulgado por diversas mídias.

A delegada determinou o indiciamento do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ajudante de ordens do presidente, pela participação na live em que os dados sigilosos foram divulgados.

Contudo, em razão do foro privilegiado, não pediu o indiciamento de Bolsonaro. Pela mesma razão, também não pediu o indiciamento do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), que também participou da live.

No documento, a delegada ainda considerou que o vazamento do inquérito, que não estava finalizado, por Bolsonaro levou à divulgação de conclusões falsas, o que resultou em “dano à credibilidade do sistema eleitoral brasileiro”.

Nesta sexta, Bolsonaro deveria ter prestado depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília (DF), justamente no âmbito da investigação aberta pelo ministro Alexandre de Moraes. Contudo, ele não compareceu ao local na hora determinada.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora