Política
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20 de dezembro de 2021
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18:19

Centro de Referência da Mulher é transferido para estacionamento

Por
Sul 21
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Salas foram improvisadas no estacionamento do CAFF | Foto: Divulgação
Salas foram improvisadas no estacionamento do CAFF | Foto: Divulgação

A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) denunciou o fato de que o Centro de Referência da Mulher Vânia Araújo, que atende mulheres vítimas de violência, foi transferido para o estacionamento no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF). Segundo a deputada, que visitou o local nesta segunda-feira (20), além de não ser adequado, com salas improvisadas, não há sinalização ou indicativo do funcionamento do CRM, tampouco espaço reservado para os atendimentos.

Antes da pandemia, o Centro de Referência tinha sede própria, na esquina das ruas André da Rocha e Tuyuty, na Cidade Baixa, e passou a ocupar os espaço no CAFF quando da retomada das atividades presenciais.

“O governo diz que é provisório, mas o prédio onde disseram que seremos instaladas de forma permanente precisa de muitas reformas”, disse a advogada Carolina Almeida Rodrigues, uma das três servidoras que atualmente estão lotadas no serviço, durante a visita de Luciana.

A servidora aponta ainda que, além da falta de estrutura física, o Telefone Lilás, por onde é feito o acolhimento a mulheres vítimas de violência, nem sempre funciona e a rede de proteção encontra-se totalmente desarticulada. Ela aponta ainda falta de controle central do encaminhamento para o abrigo para mulheres administrado pela organização Atos 29, ação que foi viabilizada por meio do direcionamento de uma emenda de autoria de Luciana.

“Elas estão recebendo de forma aleatória, mas é preciso organizar o fluxo, prestar contas. Em teoria, os encaminhamentos deveriam vir para cá e nós realizarmos esse trabalho”, afirmou Carolina.

Além de Carolina, duas assistentes sociais trabalham no CRM no momento. Não há psicólogas no quadro. “Em 13 anos trabalhando no CRM, nunca vi o serviço nesse estado. Eles desqualificam nosso trabalho”, disse a assistente social Cecília Gomes de Oliveira.

Após a visita, Luciana Genro informou que irá solicitar uma reunião com a secretária Regina Becker sobre a situação do CRM e encaminhar a realização de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos para articular o funcionamento do projeto Acolhendo Vidas. “O Centro de Referência é um serviço fundamental diante do constante aumento de feminicídios no Estado. Estando fortalecido e com a possibilidade de prestar um bom atendimento, o CRM pode salvar vidas, impedindo que o ciclo da violência termine em morte”, afirmou.


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