Meio Ambiente
|
28 de novembro de 2021
|
09:21

Garimpo ilegal no Rio Madeira é alvo de operação; 15 balsas são apreendidas

A operação federal envolve equipes que entraram pelo rio, por meio de helicópteros e pelas estradas da região. Ao menos 15 embarcações foram apreendidas. Foto: Bruno Kelly/Greenpeace
A operação federal envolve equipes que entraram pelo rio, por meio de helicópteros e pelas estradas da região. Ao menos 15 embarcações foram apreendidas. Foto: Bruno Kelly/Greenpeace

Catarina Barbosa
Do Brasil de Fato

Depois de aproximadamente duas semanas de prática ilegal de garimpo no Rio Madeira, na cidade de Autazes (AM), ao menos 15 balsas de garimpeiros foram apreendidas em uma operação federal, que teve início na madrugada deste sábado (27). Parte dos equipamentos está sendo queimada pela força-tarefa, que não tem data definida para ser encerrada.

A operação intitulada Uiara reúne servidores da Polícia Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), Marinha e Aeronáutica. Os agentes são do Paraná, Brasília, Amazonas, Paraíba e Pará.

Leia mais:
Invasões, mortes, destruição: ‘Bolsonaro adotou tática de guerra contra povos indígenas’

O nome Uiara, escolhido para a ação, tem origem na língua tupi significa “mãe da água”. Segundo informações de moradores locais, algumas embarcações começaram a deixar o local de mineração no dia anterior à chegada da fiscalização.

O garimpo ilegal é prática comum na região, no entanto, a instalação da cidade flutuante se deu porque circulou entre os garimpeiros a informação de que haveria ouro naquele trecho específico. Autazes tem uma população de aproximadamente 41 mil pessoas, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fica a cerca de 110 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas.

Nesse tipo de atividade, o material coletado é filtrado e a água é devolvida ao rio. Além de ilegal, o trabalho realizado pelas dragas polui e impacta diretamente o meio ambiente e as comunidades ribeirinhas e indígenas.

O porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace, Danicley Aguiar, disse, em entrevista ao Brasil de Fato, que a prática desencadeia muitos riscos à saúde das populações que habitam a calha do Rio Madeira e também para a biodiversidade.

“Esse é um dos rios mais importantes da Amazônia, fonte de biodiversidade, especialmente de pescado que alimenta grande parte das populações, seja na cidade de Porto Velho (RO) ou mesmo da cidade de Manaus, como também as cidades menores que ficam ao longo da calha do Rio Madeira. Nesse rio há pelo menos mil espécies de peixes já identificadas, e sua bacia contribui com 50% do total da carga de sedimentos suspensos transportados pelo rio Amazonas”, resume.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora