Internacional
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17 de junho de 2022
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11:26

Governo britânico autoriza extradição de Julian Assange para os Estados Unidos

Por
Sul 21
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Assange durante o período na embaixada do Equador, acusado pelos Estados Unidos de violar a lei de espionagem. Foto: Cancilleria de Ecuador
Assange durante o período na embaixada do Equador, acusado pelos Estados Unidos de violar a lei de espionagem. Foto: Cancilleria de Ecuador

A saga de Julian Assange, fundador do Wikileaks, teve mais um episódio nesta sexta-feira (17), com a aprovação da sua extradição para os Estados Unidos. A decisão foi assinada por Priti Patel, ministra do Interior do Reino Unido.

Assange é acusado de ter vazado documentos secretos das Forças Armadas americanas, num escândalo que revelou vídeos e documentos que indicavam ilegalidades na guerra dos Estados Unidos contra o Afeganistão e o Iraque.

Em nota, o governo britânico afirmou que os tribunais do país “não consideraram que a extradição seria opressiva, injusta ou um abuso de processo”. “Também não consideraram incompatível com os direitos humanos, incluindo o direito a um julgamento justo e à liberdade de expressão”. Segundo o governo do Reino Unido, “enquanto estiver nos Estados Unidos, ele será tratado adequadamente, inclusive em relação à sua saúde”.

Assange tem 14 dias para recorrer da decisão e apelar à Alta Corte de Londres, que precisará aprovar o pedido para que o recurso prossiga. Em caso positivo, ele poderá recorrer a Suprema Corte do Reino Unido. Entretanto, se o pedido for negado pela Alta Corte de Londres, Assange deverá ser extraditado em cerca de 30 dias.

O fundador do Wikileaks está preso desde abril de 2019, após ter ficado sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres. Assange entrou na embaixada em 2012, após a Suécia ter pedido sua extradição sob acusação de crimes sexuais. Mais tarde, o processo na Suécia foi arquivado, mas Assange seguiu tentando se defender da acusação do governo americano.

“Um dia sombrio para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica”, declarou Stella Morris, advogada de Assange, que teve dois filhos com ele durante o período na embaixada do Equador e depois se casou com o fundador do Wikileaks. “Hoje não é o fim da luta. É só o começo de uma nova batalha legal.”


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