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30 de junho de 2024
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18:29

Moradores do Guarujá protestam contra ‘esquecimento’ do bairro

Por
Luís Gomes
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Moradores do Guarujá, na zona sul de Porto Alegre, protestam para exigir atenção ao bairro | Foto: Divulgação
Moradores do Guarujá, na zona sul de Porto Alegre, protestam para exigir atenção ao bairro | Foto: Divulgação

Moradores do bairro Guarujá, na zona sul de Porto Alegre, realizaram na tarde deste domingo (30) uma manifestação para exigir da Prefeitura e do poder público, em geral, medidas para solucionar os problemas de alagamentos na região, que não consta com nenhum sistema de proteção contra cheias do Guaíba. Quase dois meses depois do início da enchente que atingiu o Rio Grande do Sul e Porto Alegre no início de maio, o bairro ainda sofre com alagamentos causados pelo alta do Guaíba que ocorre em dias de vento sul. Ao longo da última semana, episódios de alagamento foram registrados na quarta-feira (26) e na virada de sexta (28) para sábado (29).

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O protesto foi realizado diante de um ponto de alagamento da Av. Guaíba, esquina coma Av. Orleans. Os moradores cobraram a presença do prefeito Sebastião Melo, que é morador do bairro, mas está abrigado em um hotel desde o início das enchentes.

“Tem uma boa parte da rua que não quer ir embora, que quer uma contenção atrás das casas. A gente precisa muito de limpeza dos terrenos, boca de lobo, está tudo entupido, todos os ralos aqui. Sobe água muito rápido. A gente está reivindicando também porque estamos sem assistência social, o CRAS não tem informação, a maioria das pessoas não recebeu os auxílios. A gente está precisando do bônus moradia, pra quem quer sair. Por exemplo, eu sou uma das pessoas que quero sair”, diz Fernanda Longuave Vasconcellos, uma das organizadoras do protesto.

A situação no Guarujá foi foco de uma matéria publicada pelo Sul21 neste sábado. A reportagem do site visitou o bairro na última sexta e conversou com moradores que ainda relatavam estar sofrendo o impacto de alagamentos, especialmente no cruzamento entre as ruas Jacipuia e Oiampi, que permaneciam alagadas, e na Av. Guaíba, que margeia a orla do Guaíba. Além disso, em razão da demora para a normalização da situação no bairro, muitos moradores ainda não haviam retornado para casa, o que dava um aspecto de “bairro fantasma” ao Guarujá, como classificou uma moradora.

Fernanda também destaca que os moradores reivindicam isenção de água e luz em razão das dificuldades causados pelas enchentes. “Limpamos todas as nossas casas e agora, pela segunda vez, encheu de água. Então, todo mundo vai limpar de novo, a gente precisa secar os móveis, enfim. Gastamos muita luz e muita água e a Equatorial passou pra nós que é 90 dias, mas depois a gente vai pagar parcelado esses meses, junto com as contas dos próximos meses, entendeu? A gente precisa de isenção, não de um parcelamento”, diz.

Ela defende ainda que seja realizada a dragagem da areia do Guaíba para agilizar a descida do nível da água e pontua que os moradores estão “esquecidos”, ainda precisando de muitas doações. “A gente precisa de doação de móveis, de eletro, de comida, água, que a gente está esquecido totalmente. Ninguém vem aqui, todo mundo focado, Sarandi, zona norte. A gente precisa de auxílio pra toda essa rua aqui, a gente está muito perdido, tem muita gente que tá pagando aluguel do seu bolso, não sei de como que essas pessoas estão trabalhando, devem estar fazendo faxina, esse tipo de coisa, porque a maioria foi desempregado por não poder ir trabalhar. E a gente precisa de auxílio para microempresas, porque aqui a gente tinha padaria, bar, tudo foi perdido completamente e a gente não nada. Cinco mil e cem reais não dá pra nada”, finaliza.


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