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13 de junho de 2024
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16:42

Chuvas voltam ao RS a partir do final de semana, com risco de cheias de rios

Por
Sul 21
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Mapa da previsão meteorológica com chuvas no RS a partir de sábado (15). Foto: MetSul
Mapa da previsão meteorológica com chuvas no RS a partir de sábado (15). Foto: MetSul

Depois de um período seco e de sol, a chuva voltará ao Rio Grande do Sul a partir do próximo sábado (15). A previsão meteorológica projeta até sete dias seguidos de chuvas, com diferentes intensidades nas regiões do estado. Segundo a MetSul, o novo episódio será de chuva volumosa, com potencial de criar transtornos e alagamentos. A estimativa é de altos acumulados de chuva, com volumes que podem levar a cheias de rios, entretanto, sem a mesma gravidade das ocorridas em maio e que arrasaram o RS.

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De acordo com a MetSul Meteorologia, a chegada da frente fria dará início a um período de instabilidade com chuvas entre os dias 15 e 20 deste mês. Assim como no final de abril e começo de maio, um bloqueio atmosférico associado a uma massa de ar seco e quente no Centro do Brasil impede o avanço da instabilidade, que permanece assim por vários dias no estado. 

“Apesar disso, embora altos a muito altos, os volumes de chuva projetados entre os dias 15 e 20 deste mês não são tão extremos como os ocorridos no final de abril e no começo de maio, o que tem feito que a MetSul reiteradamente enfatize que não é uma repetição do fim de abril e o início de maio”, afirma a empresa de meteorologia. 

Todavia, o período de seca na primeira metade favoreceu com que os rios voltassem a cotas de cheia perto da normalidade. O nível do Guaíba, nesta quinta-feira (13), está em 2,62 metros, praticamente um metro abaixo da nova cota de inundação, de 3,60 metros, conforme a medição na Usina do Gasômetro.

A chuva deve começar no sábado pela região Sul do estado e avançar ao longo do dia, porém, com volumes que não devem ser elevados na maioria das cidades. O dia mais chuvoso está previsto para ser domingo, com volumes perto e acima de 50 mm em pontos do Centro para o Norte do estado, mas com acumulados localmente superiores. 

Na avaliação da MetSul, a preocupação maior não será a chuva de apenas um dia e os acumulados de precipitação não serão suficientes para fazer os rios transbordarem novamente. O risco é haver alagamentos devido ao acúmulo de lixo na rede de esgotos. Outro problema é que a chuva persistirá pelos dias seguintes da próxima semana. A previsão é que justamente a persistência da instabilidade por vários dias possa causar altos volumes entre os dias 15 e 20, provocando a elevação dos níveis dos rios.  

“Os volumes de chuva projetados para os próximos dez dias no Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina são altos e excessivos em algumas localidades, de acordo com todas as projeções dos modelos. Os mais altos acumulados de precipitação são indicados pelas simulações dos modelos para a metade Norte do Rio Grande do Sul e o Oeste do estado de Santa Catarina, com possibilidade de 200 mm ou mais em alguns pontos”, afirma a MetSul. 

Na metade Norte, muitas áreas terão de 100 mm a 200 mm na soma de dez dias, mas com acumulados pontuais de 200 mm a 300 mm ou mais. Entretanto, a MetSul explica que, devido ao bloqueio atmosférico, o cenário de chuva pode sofrer alterações e que os mapas oferecem o panorama de chuva atual. 

“Com base no que os modelos indicam, rios como Uruguai, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí e Camaquã exigem atenção especial porque suas bacias estão situadas entre as áreas que mais devem ter chuva nos próximos dez dias. Ocorrendo as cheias, elas não devem ser tão graves como as ocorridas em maio porque os volumes projetados de chuva são muito inferiores aos observados no fim de abril e no começo de maio, quando em diferentes cidades do Centro, Norte e Nordeste gaúcho chegou a chover mais de 500 mm em sete dias”, destaca a empresa de meteorologia.

A Prefeitura chegou, nesta quinta-feira (13), a 22 estações de bombeamento em operação, com esforços concentrados para retomar a última, na Vila Minuano. De acordo com o governo municipal, a força-tarefa de limpeza da cidade pós-enchente e as ações preventivas no âmbito da drenagem são os principais reforços para evitar alagamentos em caso confirmado de altos volumes de chuva.

Com 60 mil toneladas recolhidas em toda a cidade, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) irá concentrar efetivo de 600 garis nos bairros mais suscetíveis a acúmulo de água. Equipes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) também atuam na manutenção das redes de drenagem, auxiliados por retroescavadeiras, hidrojatos e caminhões supersugadores. 

“A gestão já opera com força extra para retomar o funcionamento da cidade, especialmente na limpeza e na drenagem. Diante da previsão de chuva mais forte, concentramos ainda mais os times e maquinário extra tanto no preventivo como em eventual operação de contingência que se faça necessária diante do volume que se concretizar”, afirmou o prefeito Sebastião Melo.

A Prefeitura informa que de quinta-feira até o domingo (16), o DMLU atuará no plano de contingência com prioridade de atendimento na limpeza pós-enchente nas áreas de possíveis alagamentos. Serão direcionados 600 garis e 200 equipamentos, entre caminhões e retroescavadeiras, para limpeza dos bairros Sarandi, Farrapos, Humaitá, Ilhas, Navegantes e Anchieta.

Por sua vez, o Dmae trabalha na manutenção das redes de drenagem que foram afetadas durante a enchente. As equipes têm atuado com caminhões-hidrojatos e super sugadores para evitar novos alagamentos. São mais de 1 mil quilômetros de redes afetadas durante os episódios de maio.


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