Geral
|
21 de maio de 2024
|
18:31

Trensurb prepara operação emergencial entre Canoas e Novo Hamburgo

Por
Bettina Gehm
[email protected]
Trilhos próximos a comporta de nº13 do Cais Mauá já haviam ficados submersos em 2023. Foto: Divulgação/Trensurb
Trilhos próximos a comporta de nº13 do Cais Mauá já haviam ficados submersos em 2023. Foto: Divulgação/Trensurb

Sem operar desde o dia 3 de maio devido à enchente, a Trensurb está preparando uma retomada do serviço entre as estações Mathias Velho, em Canoas, e Novo Hamburgo, no fim da linha. O presidente da empresa, Fernando Marroni, estima que a operação emergencial inicie “no mais tardar semana que vem”, embora ainda não tenha condições de precisar a data.

Leia mais:
Engenheiros do Dmae alertaram sobre riscos no Centro, Menino Deus e Sarandi em novembro
Mathias Velho: o bairro onde cresci no epicentro do fim do mundo
Marketing ou impacto social? Empresas ajudam de formas diferentes na tragédia das enchentes no RS
‘Cidade provisória não pode ser campo de refugiados, vai dar errado’, alerta professor
Capital tem 100 mil imóveis vagos, mas Melo diz que não há unidades para todos os desabrigados
Tragédia histórica expõe o quanto governo Leite ignora alertas e atropela política ambiental

Entre as 13 estações que voltarão a abrir, o trem vai circular de 30 em 30 minutos. “Não tem como operar com um intervalo menor. O normal é de oito em oito minutos. Mas conseguiremos levar mil passageiros a cada 30 minutos, dois mil por hora nesse trecho”, afirma Marroni.

Segundo o presidente, foi feita no domingo (19) uma inspeção na rede aérea e nas subestações da Trensurb. “Nós já trocamos os equipamentos e temos condições de religar três subestações. Dali [estação Mathias Velho] para frente nós ainda não temos um diagnóstico preciso, porque as águas ainda estão baixando”, diz.

Depois dessa primeira retomada, o objetivo é voltar a operar da estação Mathias Velho até a Aeroporto, onde existe um terminal de ônibus. Linhas como o T5 vão até lá. Segundo Marroni, o ônibus poderia fazer essa operação de transbordo, ainda dependendo da Metroplan e da EPTC.

No final de 2023, quando o trem precisou operar durante alguns dias somente entre Farrapos e Novo Hamburgo, ônibus faziam gratuitamente o transporte de passageiros do Mercado até a Farrapos. “Quando interrompemos a operação, a Trensurb tem contrato com empresas de ônibus”, afirma Marroni. No entanto, esse transporte não será providenciado até a Mathias Velho no momento da operação emergencial. “Estamos, junto da EPTC, vendo uma alternativa que possa concluir o trajeto. Mas ainda não temos um plano para isso, porque a região de circulação pela Av. Farrapos já vai estar muito estressada”.

Imagens desta segunda e terça-feira mostram as estações Rodoviária e Mercado, no centro de Porto Alegre, ainda com água e dejetos até a entrada. “Nem vamos começar a limpeza agora, porque tivemos perda total a partir da estação Farrapos. O trilho ficou muito comprometido. Quando alaga, vem muito barro. Não temos perspectiva a médio prazo para retomada da Farrapos em diante”, afirma Marroni.

Marroni destaca que os equipamentos da Trensurb – tanto os veículos quanto outros maquinários – ficaram resguardados na via elevada de São Leopoldo a Novo Hamburgo durante a enchente. “Tomamos essa providência tão logo recebemos o alerta do Instituto de Pesquisas Hidráulicas”, relembra. O pátio da empresa, no bairro Humaitá, ainda está alagado e ainda não foi possível limpá-lo para trazer os trens e executar revisões.

O presidente calcula dois a três dias para um mutirão de limpeza nas estações que voltarão a operar. A Santo Afonso, em Novo Hamburgo, teve um elevador incendiado por vândalos. “Está tudo muito depredado. Nosso esforço agora é para colocar em dia as estações e temos equipes trabalhando para religar a rede de força”, afirma.


Leia também