A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras (Fetrafi-RS) enviou nesta quinta-feira (17) um ofício ao Banrisul solicitando a suspensão de uma normativa circular emitida pela direção do banco na última segunda-feira (14) que eliminou as medidas de proteção contra a covid-19 nas agências.
A normativa circular interna enviada aos trabalhadores anunciou o encerramento do acompanhamento de casos relacionados ao coronavírus, sejam eles suspeitos ou confirmados. Determina também o fim das medidas especiais adotadas para enfrentamento do vírus, como a retirada das barreiras acrílicas das estações de trabalho, a remoção das marcações de distanciamento nas filas e das faixas de não utilização de assentos. Além disso, ordena a remoção dos cartazes informativos que tratam da ocupação máxima dos ambientes e das medidas protetivas contra a doença.
Para a Fetrafi-RS, a determinação da direção do Banrisul é temerária em um momento de alerta para a subvariante BQ.1 da variante ômicron, que tem promovido um aumento recente de casos de covid-19 e levou o governo do Estado a divulgar alertas para a população.
Na quarta-feira(16), o governo emitiu uma nota informando que uma equipe do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) da Secretaria da Saúde detectou oito novos casos da subvariante BQ.1 da Covid-19 no Estado. As contaminações foram identificadas em amostras coletadas nas duas últimas semanas de outubro e nas duas primeiras de novembro, em Porto Alegre e Santa Maria, elevando para nove o total de infecções pela nova subvariante no Estado.
A federação quer o adiamento da retirada das barreiras acrílicas, anulação da determinação de retorno das gestantes ao trabalho presencial e a manutenção do ressarcimento de exames de covid-19 dos funcionários, tanto em casos detectados, quanto nos suspeitos de contaminação pelo vírus.
Para a diretora de Saúde da Fetrafi-RS, Raquel Gil de Oliveira, que é membro da Comissão de Saúde bipartite do Banrisul, a retirada das proteções de acrílico é desnecessária e pode gerar um custo extra ao Banco. “Além de não fazer sentido do ponto de vista da proteção à saúde, não faz também do ponto de vista econômico. Mais na frente pode ser necessário recolocar a proteção para evitar não só a Covid, mas várias outras doenças virais”, diz.
Raquel também defende que algumas medidas sanitárias vigentes durante a pandemia devem continuar, como a higienização das mãos. “Há cuidados que nunca havíamos observado antes e que a pandemia nos ensinou. Não devemos abrir mão deles”, afirma.
Para o SindBancários-RS, sindicato que representa os trabalhadores do banco na Região Metropolitana de Porto Alegre, a medida é “inaceitável”. “Em momentos anteriores, quando em razão da vacinação e dos protocolos seguidos de forma eficaz, tivemos a pandemia amenizada, o banco não teve essa postura de abertura dos protocolos de segurança”, critica a secretária-geral do sindicato, Sílvia Chaves.
