Da Redação
Os 90 dias de ocupação e resistência contra o fechamento da Escola Estado do Rio Grande do Sul, pelo governo Eduardo Leite (PSDB), foram marcados nesta segunda-feira (7) por um ato simbólico que reuniu representantes da comunidade escolar e de diversas entidades. Reunidos no ginásio da escola e respeitando as normas do distanciamento social, o movimento de pais e mães que ocupa a escola deu um relato sobre a situação atual e pediu apoio da comunidade para o prosseguimento da mobilização. Mães, pais, funcionários, vizinhos, comércio local e movimentos sociais vêm apoiando a ocupação.
Durante o período de ocupação, a comunidade escolar já realizou pinturas e pequenos reparos na escola e aguarda a visita do governo do Estado para conhecer a situação atual da escola, o que até agora não aconteceu.
Após uma reunião de trabalho para organizar os próximos passos da ocupação, representantes da escola, do CPERS e a deputada Sofia Cavedon (PT), presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, realizaram uma caminhada até a Secretaria Estadual de Educação para tentar uma agenda com o secretário Faisal Karan. O secretário não recebeu a comitiva, que registrou em ata o pedido de posicionamento da Secretaria e a devolução imediata dos documentos com a vida escolar dos estudantes, retirados da escola ainda no final do mês de agosto.
Enquanto a ocupação segue, o processo judicial também está em curso. Nesta segunda, o Ministério Público Estadual deu um parecer favorável pelo fechamento da escola alegando que o Estado não tem obrigação de debater o fechamento da escola junto à comunidade escolar. A deputada estadual Sofia Cavedon destacou a importância da gestão democrática e do diálogo com a comunidade algo que está sendo completamente esquecido, mas que a comunidade está dizendo “vocês estão sendo autoritários, e isso não será esquecido”. Ela lembrou que a política de fechamento de escolas não começou agora, “o projeto de educação de Eduardo Leite é fechar escolas, tirar alunos de chamada, reduzir custos e municipalizar o ensino, faz dois anos que isso vem acontecendo. A resistência da escola Rio Grande do Sul é um simbólico para todas essas tentativas de fechamento”.