Da Redação
Gaudêncio Fidelis, curador da exposição Queermuseu: Cartografias da Diferença na Sociedade Brasileira, ajuizou Ação Popular na 10ª Vara de Fazenda Pública do Estado do Rio de Janeiro contra decisão do prefeito Marcelo Crivella, que censurou a mostra que aconteceria no Museu de Arte do Rio (MAR).
Depois que a Queermuseu foi encerrada no Santander Cultural, em Porto Alegre, por pressões conservadoras, Fidelis negociava a ida para o Rio. Crivella, no entanto, fez um vídeo divulgado nas redes sociais no qual, em tom de deboche, afirma: “Saiu no jornal que vai ser no MAR. Só se for no fundo do mar”. Questionado pela imprensa local, Crivella, que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, disse ainda que “a população do Rio não tem o menor interesse em exposições que promovam zoofilia e pedofilia”.
O MAR é um equipamento cultural municipal que funciona em parceria com a iniciativa privada. O conselho do museu acabou por ceder à pressão do prefeito e desistiu de receber a mostra.
A ação ajuizada por Fidelis tem, segundo ele, o objetivo de desmitificar a ligação entre os componentes artísticos da exposição Queermuseu com a promoção da pedofilia e zoofilia, além de demonstrar a ilegalidade da decisão de Crivella, que violaria o direito fundamental à liberdade de expressão artística e a proibição da censura, ambos protegidos expressamente na Constituição de 1988.