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16 de janeiro de 2014
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20:56

Terceira edição do Conexões Globais acontece no final de janeiro em Porto Alegre

Por
Sul 21
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Débora Fogliatto

Porto Alegre recebe, nos dias 24 e 25 de janeiro, a terceira edição do Conexões Globais, evento que surgiu em 2012 no contexto das manifestações de rua internacionais e agora acontece simultaneamente ao Fórum Social Temático. São dois dias, em que serão organizados seis debates, chamados Diálogos Globais; intercalados com três shows, as Conexões Culturais; e seis oficinas. O encontro acontecerá na Casa de Cultura Mario Quintana, no centro da cidade, mas a maior parte do público não estará fisicamente lá. O Conexões tem como proposta abranger um público externo, que acompanhe o evento pela internet.

O Conexões surgiu do contexto mundial de mobilizações e protagonismo da juventude, o que trouxe a discussão sobre movimentos globais conectados. “O Conexões foi pioneiro no Brasil em trazer esses protagonistas para um diálogo, ouvir essa juventude digital que hoje é sujeito político das ações que estão acontecendo nas ruas”, considera Marcelo Branco, um dos principais articuladores do evento. Desde o início, foi pensado como um evento que seria transmitido online, para uma plateia que não está presente no local. “Foi pensado e criado com esse duplo sentido, é um evento que é um programa de televisão na internet, editado em tempo real”, define Branco.

Foto: Conexões Globais/ Divulgação
O finlandês Teivo Teivanein é um dos fundadores do Conselho Internacional do FSM | Foto: Conexões Globais/ Divulgação

Vinte e cinco debatedores, tanto locais quanto nacionais e internacionais, já estão confirmados para participar nos Diálogos Globais. São três mesas redondas por dia. A primeira, “Cultura de Rede, Colaborativa e Digital”, será realizada às 14h de sexta-feira (24) e terá como conferencionistas o sociólogo e produtor Gustavo Anitelli, o articulador do Fora do Eixo Pablo Capilé e o professor finlandês Teivo Teivanein, membro fundador do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial. Na maioria das mesas-redondas, serão convidados também webconferecionistas, que ainda não foram confirmados.

Ainda na sexta-feira, o Diálogos das 16h contará com a presença de David Miranda, estrategista de marketing e um dos coordenadores da campanha que pressiona o Brasil a conceder asilo a Edward Snowden, na mesa “Soberania digital e vigilância na era da internet”. Duas horas depois, a Casa de Cultura receberá a professora da UFRJ Ivana Bentes e o jornalista do Mídia Ninja Bruno Torturra, discutindo o tema “As jornadas de junho e o futuro da democracia no Brasil”.

No sábado, segundo dia do evento, a tarde começa com o debate “Três anos de revoltas interconectadas”, que será discutido pela ativista política mexicana Laura Cortés, a militante da Marcha Mundial das Mulheres Tica Moreno e o ativista social turco Ahmet M. Ogut, que participou dos protestos que tomaram seu país em 2013. Às 16h, acontece a mesa “Tecnopolítica dos #protestosBR e enfoque global”, debate mais técnico realizado durante o evento e que reforça o caráter ligado à cultura hacker do Conexões. “O evento sempre tem em algum momento um corte tecno-político, ligado a essa cultura hacker que hoje é usada pelos movimentos sociais”, explica Marcelo Branco, que media o Diálogo.

A última mesa do evento tem a presença de quatro debatedores locais, discutindo o tema “Espaço público e sociedade em rede”. Os conferencionistas confirmados são Claudia Favaro, arquiteta e militante do Comitê Popular da Copa; Tássia Furtado, sócia da VULP Bici Café e integrante da Massa Crítica; Anderson Girotto, militante político, pesquisador da UFSC e participante do Defesa Pública da Alegria; e Briza Brizolla, membro do Movimento Autônomo Utopia e Luta e do Bloco de Lutas Pelo Transporte Público.

Foto: Conexões Globais/ Divulgação
Foto: Conexões Globais/ Divulgação

As mesas acontecem intercaladas com shows, que acontecem em três horários: 17h40, 19h40 e 20h30. Na sexta-feira, o último Conexões Culturais será com a banda Apanhador Só, e no sábado, Wander Wildner encerra o evento, o que define bem o caráter de “mesclar os movimentos com atividades artísticas”, como definiu Marcelo Branco. Além das bandas e dos debates, também acontecerão seis oficinas durante a tarde, todas das 14h às 18h.

Uma das dificuldades que o evento encontrou em 2014 foi a redução do espaço. Com a reforma da Casa de Cultura Mario Quintana, as mesas e shows não poderão acontecer em espaços externos. Então, o evento passará a ocupar todos os espaços internos possíveis do local.

Em 2013, quando aconteceu em maio, mais de 8 mil pessoas circularam pelo Conexões durante os três de evento, com 21 horas de transmissão ao vivo e 50.457 visualizações. Na situação, a escolha pelo mês teve ligação com as manifestações de rua que já aconteciam em Porto Alegre. Nesta edição, a opção foi pela data simultânea à do Fórum Social Temático. “De certa forma é um diálogo também com o Fórum, que traz movimentos históricos internacionais. É uma espécie de upgrade temático”, concluiu Marcelo Branco.


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