![Jeremias Vunjanhe jornalista Moçambique Rio +20](https://sul21.com.br/jornal/wp-content/uploads/2012/06/amigos-da-terra-300x205.jpg)
Da Redação
O jornalista moçambicano Jeremias Vunjanhe desembarcou na noite desta segunda-feira (18) no Brasil para participar dos atos da Cúpula dos Povos e da Rio +20. Ele havia sido impedido de ingressar no país na terça-feira passada (12), quando um grupo de agentes da Polícia Federal (PF) o deteve no aeroporto de Cumbica e carimbou em seu passaporte um selo que o incluía no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos.
O moçambicano precisou voltar ao seu país e retirar um novo passaporte. Ele só conseguiu entrar no Brasil após a intermediação do Ministério das Relações Exteriores. Oficialmente o Itamaraty não comenta o caso. Mas fontes no ministério dizem que teria ocorrido “um erro” por parte da PF, que não se pronunciou sobre o caso.
Jeremias Vunjanhe concedeu uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, onde contou que vem sofrendo ameaças do governo de Moçambique e da empresa Vale – multinacional brasileira com negócios no país africano. O jornalista trabalha para a rede de ONGs Amigos da Terra e denuncia que na província de Tete, no centro de Moçambique, a Vale teria desalojado mais de 1.300 famílias para explorar uma mina e, até o momento, essas pessoas estariam vivendo em condições precárias e em terras sem condições de cultivo.
“Alguma coisa aconteceu. Denunciamos veementemente os atos da Vale em Moçambique e sabemos que isto não tem agradado tanto a multinacional assim como alguns setores do governo moçambicano. Nos últimos trabalhos que fiz na província de Tete sofri perseguições e ameaças por parte do governo e da empresa”, declarou Vunjanhe.
A organização da Cúpula dos Povos e rede Amigos da Terra exigem um pedido de desculpas e os devidos esclarecimentos da Polícia Federal sobre o caso, além da retirada do nome do jornalista da lista de impedidos da PF. Eles estudam também entrar com um pedido de reparação moral e material.
Com informações do Opera Mundi.