![Foto: Isabelle Rieger/Sul21](https://sul21.com.br/wp-content/uploads/2024/05/IMG_6206-450x300.jpeg)
A ONG Comunitas, organização brasileira financiada por empresas nacionais e internacionais, criou um fundo para o qual pede doações em prol da “retomada da educação” no Rio Grande do Sul. Conforme a organização, a gestão do fundo é compartilhada com os doadores. A iniciativa visa apoiar a reorganização das escolas atingidas pela enchente que devastou o estado, com “foco no incentivo a fornecedores de insumos da região para fomentar a retomada da economia”.
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A Comunitas atua em conjunto com o governo do Estado desde 2019, mas ficou conhecida em Porto Alegre ainda no ano de 2017. O então prefeito da Capital, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), firmou uma parceria com a organização para implantar o projeto Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável. O objetivo do projeto era “desenvolver e implementar ações de melhoria de eficiência pública, tomando por base um modelo de governança compartilhada”.
Não foi feito chamamento público para contratação da Comunitas. Por causa disso, em maio de 2017, a juíza Andréia Terre do Amaral, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, determinou a suspensão do acordo firmado entre a Prefeitura de Porto Alegre e a organização. “Há indícios de que a Administração Pública Municipal formalizou acordo em descumprimento ao princípio da legalidade, o que, em princípio, descaracteriza a presunção de legitimidade inerente ao ato administrativo”, diz a sentença da época.
A Comunitas havia organizado um Banco de Talentos que ajudaria na contratação de “profissionais qualificados” para trabalhar na Prefeitura de Porto Alegre. Sete dos 14 nomes indicados como voluntários responsáveis pelo processo de entrevistas e seleção do Banco de Talentos acabaram sendo nomeados eles próprios em cargos comissionados da Prefeitura.
Alguns dos maiores nomes do empresariado brasileiro financiam a Comunitas, conforme um estudo de 2020, e fazem parte de uma equipe de governança do programa Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável. Rubens Ometto (Cosan), Carlos Jereissati Filho (Iguatemi), José Roberto Marinho (Grupo Globo); Ricardo Villela Marino (Itaú) , Pedro Paulo Diniz (Grupo Pão de Açúcar) e Ana Helena Vicintin (Votorantim) são alguns deles.