Educação
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19 de fevereiro de 2024
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15:34

Instituto de Educação é reinaugurado depois de longo e polêmico processo de restauração

Por
Luciano Velleda
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Reinauguração do Instituto de Educação ocorreu nesta segunda-feira (19). Foto: Luiza Castro/Sul21
Reinauguração do Instituto de Educação ocorreu nesta segunda-feira (19). Foto: Luiza Castro/Sul21

Demorou, mas finalmente aconteceu. Depois de quase oito anos, com uma série de percalços durante o processo das obras de restauração, o Instituto de Educação Flores da Cunha foi reinaugurado nesta segunda-feira (19). Entre alunos, professores e funcionários da escola, o clima era de celebração. A solenidade de reabertura da tradicional instituição da Capital marcou também o início do ano letivo da rede estadual de ensino, com a volta às aulas de mais de 700 mil alunos em todo o Rio Grande do Sul.

No pátio do Instituto de Educação, a cerimônia festiva foi conduzida pelo governador Eduardo Leite (PSDB). Num palco baixo montado no centro do local rodeado pelos alunos, ele disse que o Instituto de Educação é um símbolo do que se deseja para a educação do RS. “É um encontro simbólico com a cidade. A gente quer que seja uma referência para a educação do estado”, afirmou. “O prédio é só o prédio. É importante, é o símbolo que deve acolher cada um, mas quem faz a escola são vocês, com professores e funcionários. Vocês podem ter tudo o que sonharam a partir da escola e da educação”, disse, se dirigindo aos estudantes.

Ao custo de R$ 23,4 milhões, a restauração do Instituto de Educação iniciou em 2016 e deveria ter sido concluída em 540 dias. Em 2017, entretanto, houve a rescisão com a primeira empresa contratada. No ano seguinte, o governo estadual fez a segunda licitação para a execução das obras. Em 2019, porém, as obras foram paralisadas por falta de pagamento por parte do governo do estado. Somente em 2021, já sob a gestão de Leite, o governo estadual anunciou um “novo destino” para a escola, com a implantação de um centro de referência para os professores e o Museu da Educação para o Amanhã.

O anúncio causou indignação em setores da comunidade escolar, descontentes com a decisão unilateral do governo e que descumpria o projeto original de restauração do Instituto de Educação, aprovado em 2014. A mudança de projeto também reduzia a quantidade de alunos, principalmente as turmas de educação infantil. Desde que as obras foram retomadas em 2022, políticos e educadores realizaram diversos atos exigindo o cumprimento do projeto original. Ao final, entretanto, prevaleceu a decisão do governo estadual.

A polêmica foi deixada de lado pela atual diretora da escola, Alessandra Lemes da Rosa, que preferiu ressaltar a alegria em ver o Instituto de Educação novamente aberto, com 1.014 alunos matriculados – quando a escola foi fechada, tinha 1.426 estudantes.

“A gente acreditou que ia dar certo e deu. É motivo de muita felicidade e orgulho pra todos da comunidade escolar”, afirmou Alessandra, sem esconder o encantamento com o retorno da escola. 

Entre as melhorias realizadas, a diretora destacou a reforma de todas as salas de aula que sofriam com goteiras, o mobiliário novo e também restaurado na área administrativa, o ginásio de esportes novamente em funcionamento, depois de 12 anos servindo apenas para guardar entulho, além da restauração do teatro.

“Está tudo restaurado, tudo bom e pronto para o uso dos nossos alunos”, saudou a diretora, enfatizando nunca ter temido que a escola não voltasse a funcionar, apesar das muitas incertezas enfrentadas durante os anos em que as obras estiveram paralisadas. 

Alessandra minimizou a não realização do projeto original de restauração e declarou que a escola, hoje, foi reaberta com melhorias. Ela explicou que o novo museu, cuja previsão de conclusão das obras é até dezembro de 2024, ocupará o espaço da antiga biblioteca, com a nova biblioteca deslocada para outro prédio. “Vamos ter uma biblioteca também de referência. São só ganhos.” 

As novas salas de aulas do Instituto de Educação, com ar condicionado e mobiliário renovado. Foto: Luiza Castro/Sul21

Durante a reinauguração do Instituto de Educação, o governador Eduardo Leite foi questionado sobre a situação de outras 300 escolas da rede pública estadual que aguardam pela conclusão das obras. Ao todo, o RS tem 2.341 escolas estaduais.

Leite argumentou que, desde o ano passado, seu governo tem atendido demandas específicas de algumas escolas, algumas concluídas e outras ainda em processo de contratação. Segundo o governador, há obras em escolas que atrasaram devido as fortes chuvas que atingiram o estado no ano passado e também pelo deslocamento de equipes técnicas transferidas para atuar em escolas muito afetadas por eventos climáticos, como no Vale do Taquari. 

“Isso prejudicou o ritmo que a gente esperava. Mas a gente tem um processo de contratação inovador por atas de registro de preços, que já vai ter para as escolas de Porto Alegre, do Vale do Taquari, parte da Serra e pra região Sul do estado. Vamos levar esse tipo de contratação para outras regiões também”, explicou. 

De acordo com o governador, a adesão a atas de registro de preço, processo também conhecido como “carona” por acelerar o gasto público dispensando licitação, irá melhorar a execução das obras escolares. “Ao invés de fazer uma contratação específica, já vai ter definida a empresa que responde por blocos de 50 escolas, com o Estado só emitindo a ordem de serviço”, explicou.

Porto Alegre, 19/02/2024: Reinauguração do Instituto de Educação. Foto: Luiza Castro/Sul21
Porto Alegre, 19/02/2024: Reinauguração do Instituto de Educação. Foto: Luiza Castro/Sul21
Reinauguração do Instituto de Educação. Foto: Luiza Castro/Sul21
Porto Alegre, 19/02/2024: Reinauguração do Instituto de Educação. Foto: Luiza Castro/Sul21
Porto Alegre, 19/02/2024: Reinauguração do Instituto de Educação. Foto: Luiza Castro/Sul21
Porto Alegre, 19/02/2024: Reinauguração do Instituto de Educação. Foto: Luiza Castro/Sul21

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