Educação
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17 de março de 2022
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19:28

Governo Federal apresenta mudanças no Enem alinhadas ao novo Ensino Médio

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Sul 21
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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) apresentou nesta quinta-feira (17) o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será aplicado a partir de 2024. A ênfase dada foi para as questões abertas ou discursivas que serão valorizadas na nova prova, e nas bonificações que os estudantes de cursos técnicos terão na hora de concorrer a vagas no ensino superior.

Segundo o MEC, as provas, que atualmente são compostas apenas pela redação e por perguntas objetivas de múltipla escolha, passarão a contar com outros formatos, como as chamadas questões abertas ou discursivas, nas quais o estudante escreve a resposta e não apenas seleciona uma opção. “Estamos dando peso grande para a produção escrita do estudante”, disse o secretário de Educação Básica do MEC, Mauro Rabelo.

A mudança do Enem ocorrerá para adequar-se ao novo ensino médio, modelo que começou a ser aplicado este ano em todo o País e ainda é motivo de polêmica entre professores e estudiosos. Nos novos currículos escolares, parte das aulas será comum a todos os estudantes do País e direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Na outra parte da formação, os próprios estudantes poderão escolher disciplinas para aprofundar o aprendizado. As opções permitem ênfase em áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino técnico. A oferta de disciplinas vai depender da capacidade das redes de ensino e das escolas brasileiras.

O Enem será composto por duas provas. Segundo Rabelo, o modelo atual de dois dias de aplicação dever ser mantido e, em um dos dias, os estudantes responderão a questões voltadas para a parte comum, direcionadas pela BNCC, e farão também a prova de redação.

As questões serão interdisciplinares, ou seja, abordarão mais de uma área de conhecimento e o principal foco será em português e matemática. A prova de inglês também será integrada às demais áreas. “Pode ter uma questão de história com o texto escrito em língua inglesa para o estudante avaliar”, exemplifica Rabelo.

A segunda etapa do exame será voltada para a formação específica que os estudantes receberão no ensino médio. Na hora da inscrição, os candidatos poderão escolher entre responder questões de linguagens, ciências humanas e sociais aplicadas; matemática, ciências da natureza e suas tecnologias; matemática, ciências humanas e sociais aplicadas; ou ciências da natureza, ciências humanas e sociais aplicadas.

As universidades vão decidir quais áreas serão cobradas para ingressar em cada um dos cursos ofertados. Dessa forma, um estudante que deseja cursar, por exemplo, matemática no ensino superior, deverá escolher as questões cobradas para ingressar nesse curso.

Ainda no ensino médio, os estudantes poderão optar, entre os itinerários formativos, por uma formação técnica e profissional. Como são muitos os cursos técnicos e as áreas de conhecimento, e é difícil fazer provas específicas para cada uma delas, eles poderão receber bonificações ao concorrer a vagas no ensino superior pelo Enem.

De acordo com Rabelo, os estudantes não estão, porém, dispensados do Enem e participarão das duas fases da prova, mas, ao final, poderão receber um bônus na nota. “Estamos introduzindo a proposta de bonificação para estudante que fez formação técnica. Ele não está dispensado, vai fazer o bloco [de questões] de acordo com o curso superior que deseja e a instituição [de ensino superior] aponta. A nota dele vai ter uma ponderação de acordo com aderência da formação técnica dele ao curso superior pretendido”, diz o secretário.

Na última segunda-feira (14), o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou parecer que oficializa as sugestões do grupo de trabalho criado pelo MEC. Após a homologação do MEC, caberá ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) definir quais serão as diretrizes da nova avaliação e o formato das questões. Ao final, as universidades também terão autonomia para definir como usarão as notas e como aplicarão as bonificações.

O cronograma definido pelo MEC prevê a implementação do novo ensino médio a partir deste ano, de forma progressiva, pelo 1º ano do ensino médio. Também em 2022 deverão ser divulgadas as diretrizes do novo Enem. Em 2023, a implementação segue, com o 1º e 2º anos e, em 2024, o ciclo termina com os três anos do ensino médio.

O novo modelo de prova do Enem deve entrar em vigor apenas após a total implementação das mudanças no ensino médio, em 2024. O Enem segue em 2022 e 2023 o mesmo formato das avaliações aplicadas em anos anteriores.

Com informações da Agência Brasil


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