Cultura
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9 de setembro de 2021
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09:18

Projeto Eduardo Guimaraens lança edição ampliada de tradução do Canto Quinto, de Dante

Divulgação/Libretos
Divulgação/Libretos

Maria Etelvina Guimaraens

Para marcar o sétimo centenário da morte de Dante Alighieri, o projeto Eduardo Guimaraens, por suas netas e netos lança, dia 24 desetembro, às 19h, na Sala Libretos (Facebook), a edição ampliada da tradução do Canto Quinto, de 1920. Eduardo Guimaraens (nascido em Porto Alegre, em 1892/falecido no Rio de Janeiro, em 1928), além de poeta simbolista, era tradutor: traduzia poesia e prosa do francês, italiano, inglês, espanhol. Traduziu, Baudelaire, Verlaine, Dante, Gabriele D’Annunzio, Keats, Oscar Wilde. Ele também adaptou a obra Antígona, de Sófocles. 

Desde 1917, Eduardo vinha traduzindo sua seleção de poemas do Flores do Mal, de Baudelaire. Talvez em face da proximidade do seu 6 º centenário, voltou-se para Dante e, em 1920 (com 28 anos), traduziu e publicou o Canto Quinto, do Inferno de Dante, em formato plaquete, impresso em Porto Alegre, nas “Officinas graphicas da Livraria Americana”. Para a sua tradução usou a versão editada em Florença, em 1899, por ocasião da Lectvra Dantis. A plaquete foi anunciada com entusiasmo pela crítica especializada e sua edição se esgotou rapidamente. 

Dos três cânticos da Commedia, título original da obra de Dante, Eduardo escolheu o Inferno e, deste, em suas palavras, “o mais bello talvez entre os mais bellos da Prima Cantica do Livro eterno”. O Canto Quinto trata do segundo círculo do Inferno. É onde penam os que pecaram por amor. Lá Dante encontra Francesca e Paolo, cujo trágico fim, 10 anos antes, comovera a Itália. Em 1921, teve a honra de proferir a palestra do sarau de abertura das Comemorações do 6° centenário da morte de Dante Alighieri, realizado no Palacete Rocco, no Centro Histórico de Porto Alegre. O amor de Dante por Beatriz foi o tema escolhido para a conferência, inspirado em La Vita Nuova.

A edição ampliada lançada agora, além da plaquete de 1920, com o Canto Quinto em fac-símile e na grafia da época, reproduz trechos originais de duas obras históricas: Lectvra Dantis, de 1899, e La Divina Commedia, de 1902. E com a transcrição da sua conferência no sarau, reprodução de documentos originais e imagens do seu acervo, busca-se trazer um pouco da atmosfera de Eduardo e sua enorme admiração pelo imortal poeta florentino.

O projeto Eduardo Guimaraens por suas netas e netos foi impulsionado pela exposição Nós os Orpheu, na Casa Fenando Pessoa (Lisboa/2016), dedicada à revista criada e dirigida por ele, na qual Eduardo publicou seus poemas. Também em face de sua colaboração na Orpheu, participou da exposição Fernando Pessoa, minha arte é ser eu, realizada no Santander Cultural (Porto Alegre/2018).  A partir da organização do acervo, identificação e classificação dos documentos e objetos, o projeto vem promovendo a divulgação da obra do poeta. Desde 2018 foram publicadas as seguintes obras:

2018 – Poemas (compostos em francês, em 1923, com tradução de 2018 – Editora Libretos)

2019 – As Flores do Mal, de Baudelaire, Selecção de poemas (traduzidos de 1917 a 1921 – Editora Libretos);

2020 – Ouvindo as “Scenas Infantis” de Schumann (poesia de 1917 – Editora Libretos)

2021 – Canto Quinto, Dante (tradução de 1920 – Editora Libretos)

Canto Quinto, de Dante – tradução de Eduardo Guimaraens – Edição ampliada, organização de  Maria Etelvina Guimaraens

Editora – Libretos

Lançamento: Sala Libretos, dia 24/9, 19h (facebook)


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