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3 de outubro de 2010
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03:47

Mesmo desfigurado, Grêmio ganha de novo fora de casa

Por
Sul 21
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Igor Natusch

Quem olhar apenas para o placar da partida entre Vitória e Grêmio, disputada na tarde de sábado (2) em Salvador (BA), vai achar que o tricolor gaúcho deu uma surra histórica, uma verdadeira tunda de laço no manquitolante clube baiano. Mas a verdade é que os 3 a 0 pró-Grêmio no placar final não foram fruto de uma imensa superioridade gremista, mas sim de eficiência à toda prova, demonstrada especialmente no final do jogo. Com um time retalhado pelos desfalques, o Grêmio segurou a partida como pôde, demonstrou grande disciplina tática e mereceu a vitória, a quarta consecutiva fora do Olímpico.

Não bastasse a lista de desfalques do Grêmio, que mais parecia a nominata de algum partido para deputado estadual, o tricolor ainda teria uma ausência de última hora: Adílson, liberado para voltar para Porto Alegre devido a morte de um de seus amigos mais próximos. Na tentativa de montar uma equipe competitiva, Renato Portaluppi formatou o time em um 4-5-1, mantendo Jonas como único atacante fixo, improvisando Saimon como volante de contenção e deixando Roberson e Maylson com mais liberdade para chegar na frente. Na zaga, o jovem Neuton e o quase defenestrado Ozéia tiveram que segurar as pontas. Era uma equipe desconjuntada, que teve dificuldades visíveis (e naturais) para achar seu chão. Mas, mesmo assim, conseguiu anular o Vitória, que muito tentava, mas pouco se aproximava do gol de Victor.

O primeiro gol gremista surgiu de um banzé danado na defesa rubro-negra, com Wallace chutando a bola em cima de Roberson e, no rebote, Maylson fuzilando o goleiro Lee sem medo de ser feliz. Eram 20mins do primeiro tempo, e a partir daí o Vitória foi o inegável senhor das ações na partida. O problema, para o time da casa, é que sua troca de passes dava tantos frutos quanto uma horta do Farmville – em outras palavras, era um domínio estéril e que não gerava situações reais de gol. A grande atitude ofensiva do Vitória ficou a cargo do camisa 9, Júnior – que, revoltado ao ser substituído, exercitou sem medo seu vocabulário de palavrões contra o técnico Ricardo Silva.

Mesmo com uma equipe toda improvisada, o Grêmio ia segurando as pontas do jeito que dava, sem ceder espaços e só indo para a frente quando o mar estava para peixe. Nessa brincadeira, o atacante Jonas teve um dia de fominha, desperdiçando boas chances de gol em uma surpreendente crise de individualismo. No final do jogo, quando os gremistas rezavam a São Lara pelo suado 1 a 0, o Vitória resolveu patifar, foi todo para a frente e abriu espaços absurdos para o contragolpe tricolor. A eficiência gremista foi implacável: aos 45, o homem-gol Diego (dois gols marcados em menos de 45mins de jogo no total) aproveitou rebote de Jonas e fez o segundo gol. E o absurdo maior, aos 47: Edilson, que até a semana passada era a imagem do lateral ineficiente, acertou um chutaço em passe quase sem querer de Gabriel, talvez o melhor jogador gremista na partida. Um 3 a 0 meio exagerado, mas que recompensou um time que, mesmo desfigurado, lutou muito para segurar os três pontos.

No returno, o Grêmio já somou 19 pontos – quase a mesma coisa de todo o primeiro turno da competição, quando o time gaúcho teve que se contentar com raquíticos 20 pontinhos. Somando tudo, os 39 pontos colocam o Grêmio na oitava posição da tabela, nove atrás do último classificado para Libertadores, o Cruzeiro. Muito distante, sem dúvida – mas a verdade é que a distância vai caindo, ponto a ponto, rodada após rodada. Contra o moribundo xará Prudente, o Grêmio tem uma partida daquelas onde os três pontos são obrigaçao – se fizer o tema de casa, segue embalado como melhor campanha do segundo turno. Sabe-se lá onde isso vai parar…

VITÓRIA (0): Lee, Ricardo Conceição, Wallace, Thiago Martinelli e Egídio; Vanderson (Kléber Pereira), Bida, Ramon (Thiago Humberto) e Elkeson; Júnior (Schwenk) e Henrique. Técnico: Ricardo Silva
GRÊMIO (3): Victor, Gabriel, Ozéia, Neuton e Fábio Santos; Saimon (Edílson), Fernando (William Magrão), Roberson, Maylson (Diego) e Lúcio; Jonas. Técnico: Renato Portaluppi.
Gols: Maylson, aos 20mins do primeiro tempo; Diego, aos 45mins e Edílson, aos 47mins do segundo tempo. Cartões amarelos: Elkeson, Ricardo Conceição (Vitória); Lúcio, Ozéia e Victor (Grêmio)
Árbitro: Rodrigo Nunes de Sá (RJ). Auxiliares: Luiz Moreira de Oliveira (RJ) e Arnaldo Rodrigues de Souza (CE).


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