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30 de setembro de 2010
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06:53

Grêmio volta a falar grosso em casa e mete 4 a 2 no São Paulo

Por
Sul 21
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Grêmio volta a falar grosso em casa e mete 4 a 2 no São Paulo
Grêmio volta a falar grosso em casa e mete 4 a 2 no São Paulo
Lucas Uebel / Grêmio.Net
André Lima comemora um dos gols em vitória convincente sobre São Paulo | Foto: Lucas Uebel / Grêmio.Net

Igor Natusch

Já não era sem tempo. Depois de desagradáveis tropeços nas últimas partidas dentro de casa, era consenso entre todos os gremistas: a partida contra o São Paulo era o momento prefeito para voltar a ser um anfitrião indigesto para os adversários. E assim foi. Não que o Grêmio tenha dado show – mas a vitória de 4 a 2 sobre o visitante paulista foi justa, fruto de uma superioridade visível sobre a equipe visitante, e cristalizou o Grêmio como a melhor campanha do segundo turno até o momento. Não foi tão importante assim em termos práticos (o tricolor gaúcho segue muito longe da zona da Libertadores), mas sem dúvida foi bastante divertida.

O Grêmio veio a campo com uma escalação emergencial, na qual o lateral Lúcio virou meia, o zagueiro Vilson atuou como volante, e as laterais ficaram a cargo dos irregulares Edilson e Gílson, que sequer tinham fardado nos jogos anteriores. Mesmo assim, o Grêmio demonstrou desde o início que estava disposto a fazer direitinho o que o professor Portaluppi tinha mandado. Douglas, com a faixa de capitão no braço esquerdo, era a grande luz criativa do meio-campo gremista, distribuindo bem a bola e dando o combate sempre que necessário. Não havia muito brilhantismo, mas também não faltava determinação ao Grêmio. E isso era mais do que suficiente para se impor sobre um São Paulo fragilizado, que apostava num 3-5-2 bastante conservador e jogava com cautela quase medrosa, sem arriscar nem mesmo um chute de fora da área ou qualquer coisa do tipo.

Os gols gremistas na primeira etapa nasceram mais ou menos pela mesma cartilha: bola parada, salseiro dentro da área são-paulina e uma conclusão oportunista de André Lima. No primeiro gol, o camisa 9 foi o ponto culminante de uma verdadeira linha de passe na pequena área de Rogério Ceni; no segundo, surgiu de modo oportunista em cobrança maliciosa de Edilson para cumprimentar de cabeça. O placar de 2 a 0 era justo – mas o primeiro tempo terminou mesmo no 2 a 1, depois que o árbitro Ricardo Marques Ribeiro garantiu longas homenagens à sua querida progenitora, marcando pênalti inexistente sobre Marlos. Rogério Ceni, que não tem nada com isso, cobrou com perfeição e marcou o gol dos visitantes.

Mesmo com o longo intervalo (quase 20mins), o jogo seguiu mais ou menos o mesmo no segundo tempo: Grêmio chegando com perigo, demonstrando disciplina tática e ambição diante de um São Paulo retraído e pouco organizado. O empate dos paulistas, sacramentado aos 9mins da etapa final em excelente chute de fora da área de Marlos, era mais do que surpreendente – era incompatível com o que se via dentro de campo. Ao contrário do passado recente, quando um gol do adversário sacudia os alicerces gremistas, o empate em 2 a 2 não abalou a confiança do Grêmio – a reação parecia questão de tempo. O pênalti que recolocou o Grêmio na frente pode ser discutível – a bola bateu na mão de Cléber Santana, em um lance que fica aberto à interpretação – mas a cobrança surpreendentemente boa de Jonas recolocava a justiça no placar da partida. E a falha de Rogério Ceni, brincando de peito de madeira e entregando uma bola açucarada para a consagração do estreante Diego, serviu para fechar um 4 a 2 mais de acordo com a superioridade gremista.

A expulsão de Alex Silva foi a missa de sétimo dia para um São Paulo que já estava morto em campo há tempos. E a torcida demonstrou seu luto de forma cabal, chamando o defunto de “timinho” e homenageando-o com pesarosos gritos de olé. Há tempos não tínhamos um fim de partida tão sorridente no Olímpico – verdadeira reconciliação gremista com seu lar, doce lar.

GRÊMIO (4): Victor, Edilson, Paulão, Rafael Marques e Gilson; Vilson, Adilson (Willian Magrão), Lúcio e Douglas (Maylson); Jonas e André Lima (Diego). Técnico: Renato Portaluppi.
SÃO PAULO (2): Rogério Ceni; Xandão (Bruno), Alex Silva e Miranda; Rodrigo Souto, Casemiro, Richarlyson, Marlos e Carleto (Cléber Santana); Lucas e Ricardo Oliveira. Técnico: Sérgio Baresi.
Gols: André Lima (Grêmio), aos 29mins e aos 39mins; Rogério Ceni (São Paulo), aos 42mins do primeiro tempo. Marlos (São Paulo), aos 6mins; Jonas (Grêmio), aos 23mins, e Diego (Grêmio), aos 28mins do 2º tempo.
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG). Auxiliares: Helberth Costa Andrade (MG) e Jair Albano Felix (MG).
Público: 25.322 torcedores. Renda: R$ 317.277,50


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