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23 de setembro de 2010
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05:05

Empate no fim estraga festa gremista

Por
Sul 21
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Empate no fim estraga festa gremista
Empate no fim estraga festa gremista
Divulgação/Grêmio.net
Renato Portaluppi se desespera com empate em 2 a 2 | Divulgação/Grêmio.net

Igor Natusch

Se Grêmio x Flamengo, disputado na noite desta quarta-feira (22) no Olímpico, fosse um enredo, poderíamos dizer que se tratou de um daqueles bem amarrados. Tivemos bons atores, momentos surpreendentes, viradas na trama e muita emoção. Pena que, para o Grêmio, o final do filme não foi muito feliz. O gol de Petkovic aos 41 da segunda etapa garantiu um 2 a 2 que pouco ajuda os dois times, mas que ganha um gosto amargo para o dono da casa, que teve chances para assegurar a vitória, mas acabou deixando escapar dois dos três pontos que tinha agarrado entre os dedos.

No começo, a história parecia que seria boa para o Grêmio. Bem postado em campo, espremendo um Flamengo intimidado e confuso, o dono da casa tinha em Jonas uma figura destacada, com domínio do palco e pronto para deixar a sua marca. O gol, consequência natural do andar da carruagem, surgiu de passe inspirado de Jonas, deixando Douglas na cara do gol – uma inversão de posições com resultados muito bem-vindos, ao menos no lance em questão.

O problema é que, depois do gol, o Grêmio foi perdendo o controle da partida. Jogando praticamente num 4-3-3, com Douglas bem avançado e sem funções de marcação, o tricolor viu-se rapidamente dominado pela eficiente mecânica de jogo do Flamengo. Percebendo a fragilidade do setor esquerdo gremista – em especial pela atuação lamentável de Fábio Santos – o treinador Silas fincou Diogo naquela ponta, de modo que o atacante oferecesse assessoria permanente a Léo Moura na tarefa de atazanar a defesa gremista. Mais do que surpreendente, a primeira virada na trama tornou-se inevitável. Aos 33mins, Léo Moura deixou Fábio Santos na saudade, cruzou bem e Kleberson surgiu oportunista para empatar a partida pela primeira vez.

Tanto Grêmio quanto Flamengo voltaram diferentes para a segunda etapa. O dono da casa trocou de lateral esquerdo – saiu Fábio Santos, entrou Lúcio – e voltou disposto a retomar para si o amor da torcida gremista, que estava tão ressabiada que até ensaiou vaia no intervalo. O Flamengo também mudou – Silas resolveu brincar de cientista maluco e tirou Kleberson para colocar Maldonado, na esperança de que o recém-chegado colasse em Jonas e manietasse a principal jogada ofensiva do Grêmio. Não deu muito certo. Aos 9mins da etapa final, Souza cruzou, André Lima penteou e Jonas arrancou um largo sorriso da platéia gremista. Com 12 gols em sua conta, o outrora perna-de-pau é artilheiro do Brasileirão.

A partir daí, a emoção foi a tônica. O Flamengo passou a rondar a área gremista, especialmente depois que o muitíssimo experiente Petkovic entrou em campo. Victor teve que fazer pelo menos duas preciosas intervenções. O Grêmio, por sua vez, seguia atacando quando tinha a bola no pé, e teve pelo menos duas chances claríssimas de liquidar a fatura, com André Lima e o onipresente Jonas. Era lá e cá, sem pausas, sem tempo para respirar. Em uma partida tão elétrica, o gol era quase certeza – e foi aos 41mins que o Flamengo cometeu o ponto de virada definitivo da partida. Grêmio faz uma linha torta de impedimento, Petkovic fica livre, tira Victor da jogada com um toque desconcertante e manda a vitória gremista para o reino da ficção. Empate em 2 a 2, garantido no finalzinho: eis a realidade final de um bom jogo no Estádio Olímpico. Pena, para o Grêmio, que o fim da história não foi lá aquela maravilha…

GRÊMIO (2): Victor, Gabriel, Vilson, Rafael Marques e Fábio Santos (Lúcio); Ferdinando (Roberson), Adílson, Souza (Fernando) e Douglas; Jonas e André Lima. Técnico: Renato Portaluppi.
FLAMENGO (2): Marcelo Lomba, Léo Moura, David Braz, Ronaldo Angelim (Jean) e Rodrigo Alvim (Petkovic); Toró, Correa, Kleberson (Maldonado) e Renato; Diogo e Deivid. Técnico: Silas
Gols: Douglas, aos 7mins, e Kleberson, aos 33mins do primeiro tempo; Jonas, aos 9mins, e Petkovic, aos 41mins do segundo tempo.
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF). Auxiliares: Ênio Ferreira de Carvalho (DF) e Kléber Lúcio Gil (DF).
Público Total: 24.968. Renda: R$ 310.953,00.


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