Com estranha calma, talvez obtida pela classificação antecipada ao Mundial, o Inter venceu por 2 x 1 o Chivas em Guadalajara e vai para o segundo jogo da decisão em condições exatamente iguais ao confronto contra o São Paulo, em 2006. Na partida de ontem, os colorados pareciam ter nascido no gramado sintético, tal era a naturalidade com que os jogadores tocavam a bola. Já no primeiro tempo, acertou duas bolas na trave (Kléber e Alecsandro) e uma cabeçada (1) de Taison entraria, não fosse a competência ou sorte de um zagueiro mexicano.
Mesmo com toda a superioridade, quem marcou primeiro foi o Chivas. Bautista recebeu um cruzamento de direita e cabeceou (2) da entrada da área, encobrindo Renan. Foi a segunda grande cabeçada da noite. Eram 46 minutos do segundo tempo e os colorados já tinham Éverton no lugar de Alecsandro, que saíra aos 30 minutos com lesão muscular. Éverton se tornaria um dos personagens do jogo, mas não pelo que fez, de modo nenhum. Sem Alecsandro em campo, o Inter parou de chutar em gol e, apesar do indiscutível domínio, a impressão era de que a virada teria de esperar pelo rugido do Beira-Rio.
A única esperança eram os chutes de longe. Guiñazú e D`Alessandro quase marcaram, mas onde estava o ataque? Então, Celso Roth retirou o substituto Éverton e colocou Rafael Sóbis. A simples presença do filho de ucranianos, com seus toques rápidos e certeiros, deram uma feição muito mais agressiva à posse de bola colorada: estava na cara , os gols iam sair. O empate veio por Giuliano, em notável cabeçada (3), ainda mais para um baixinho desacostumado às alturas. O cruzamento foi de Kléber e encontrou Giuliano livre, que desviou, repito, como um especialista.
Estava claro que poderiam sair mais gols e o Chivas apenas desejava que o apito final de Hector Baldassi soasse antes dele (ou deles). E ocorreu mais um. D’Alessandro fez excelente levantamento para Índio, que ajeitou de cabeça (4) para a marca do pênalti. Sozinho, Bolívar mergulhou e marcou o segundo gol. De cabeça, claro (5). Ou seja, o Inter perdera inteiramente o respeito pelo chicanos e pressionava com seus dois zagueiros na área adversária em busca de mais tequila e de um visto para a Califórnia.
Os destaques da partida estiveram todos no meio-de-campo do Inter. Sandro, Guiñazú, D`Alessandro e Giuliano simplesmente promoveram um massacre semelhante aos do cartel de Juárez. Sandro deixará saudades.
Chivas Guadalajara 1 x 2 Internacional
Chivas Guadalajara: Michel; De Luna, Reynoso, Magallón e Ponce; Báez (Dávila) e Mejía; Fabián (Escalante), Bautista e Arellano (Araujo); Omar Bravo. Técnico: José Luis Real
Internacional: Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kléber; Sandro e Guiñazu; D’Alessandro, Giuliano e Taison (Wilson Mathias); Alecsandro (Everton, depois Rafael Sobis). Técnico: Celso Roth
Gols: Chivas Guadalajara: Bautista, aos 45min do 1º tempo / Internacional: Giuliano, aos 27min, e Bolívar, aos 31min do 2º tempo
Enquanto isso, na sala de cirurgia… o Grêmio encerra hoje à noite seu mata-mata contra o Goiás. No jogo de ida, 1 x 1 em Goiânia. Desta vez, Sísifo será esperto e buscará o auxílio de quem já deixou a pedra lá em cima: Renato Portaluppi. Nova tentativa às 19h30, no Olímpico.