João Rubinato, também conhecido como Adoniran Barbosa, nasceu há exatos 100 anos em Valinhos (SP). É conhecido principalmente como compositor e cantor, mas também foi humorista e ator, tendo feito novelas na TV Tupi, além de filmes como O Cangaceiro.
Filho de imigrantes italianos, Adoniran precisou trabalhar para ajudar a sustentar os sete irmãos e, por conta disso, cedo abandonou a escola. Aos 22 anos, foi para São Paulo tentando ser ator, mas teve dificuldades em firmar-se e tomou o caminho do rádio. Adotou o nome artístico e, em sua segunda interpretação, cantou Filosofia, de Noel Rosa, música que lhe abriu as portas para o sucesso.
Em 1935, casou-se com Olga, mas o casamento durou pouco menos de um ano. Dele, nasceu sua única filha: Maria Helena. Entre 1941 e 1971, ano de sua retirada, trabalhou fazendo humor e radioteatro na Rádio Record. Lá, fazia humor, radioteatro e mostrava suas composições. Criou diversos personagens. O mais conhecido e popular foi o lendário Charutinho. Mas foi na década de 50 que foi reconhecido como compositor, depois que o conjunto Demônios da Garoa o regravou.
Com ritmo, letras e bossa paulistanas, sempre utilizando casos cotidianos que eram o retrato fiel do bairro do Bexiga, onde vivia em São Paulo, Adoniran é hoje considerado, junto com Paulo Vanzolini, o fundador do samba paulista. Em 1951, compôs a célebre Trem das Onze, que só faria sucesso na regravação dos citados Demônios da Garoa, seguida por outras pérolas como Samba do Arnesto, Iracema, Samba do Bexiga, Saudosa Maloca, e Tiro ao Álvaro. No final de sua vida, Adoniran encontrou outra grande intérprete em Elis Regina.
Passou a vida contando histórias. Com sua forma simples de falar, foi um colecionador de amigos. Era frequentador assíduo das cantinas do lendário bairro do Bexiga e dos botecos da região central da cidade.
Morreu em 1982, aos 72 anos de idade.