Giovana Fleck
Reunidos na Esquina Democrática na noite desta quinta-feira (7), manifestantes convocados pelo Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS) protestaram contra o aumento dos preços da gasolina, do gás de cozinha e em defesa da Petrobras. “Temos que defender nosso patrimônio. Isso se faz com presença e com o apoio da sociedade”, definiu Dary Beck Filho, membro da diretoria do sindicato.
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“A greve dos caminhoneiros foi importante para que se evidenciasse que há algo errado. Assim como a nossa paralisação. Essa é uma gestão entreguista, que faz com que essa luta seja de todos”, completa.
O botijão de gás foi um dos produtos domésticos que mais aumentaram em 2017. Entre os fatores que interferem na composição do custo final, está o valor de venda do gás liquefeito de petróleo (GLP, popularmente conhecido como gás de cozinha) da Petrobras na refinaria. No entanto, políticas de regulação externas fizeram com que o preço final para o consumidor variasse muito no último ano.
Até fevereiro de 2018, a gestão Temer ainda enfrentava impedimentos sobre a venda da Liquigás – estatal que controlava os preços do bem. No entanto, mesmo sem a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o grupo Ultra – comprador da empresa – passou a administrá-la. Em janeiro, a Petrobras chegou a anunciar um aumento trimestral do preço do gás de cozinha. A mudança visaria “suavizar” os repasses da volatilidade dos preços no âmbito internacional para o mercado doméstico.
Elida Gonçalves Maich, membro da direção do sindicato, trabalha há 13 anos na Petrobras, no laboratório de controle de qualidade dos combustíveis. “A gente conhece a empresa. Não há necessidade de o povo brasileiro passar por esse sacrifício todo. Tem gente que trocou o gás pra cozinhar com álcool. Isso é muito perigoso. É um retrocesso. A Petrobras pode fazer uma política de preços que mantenha a empresa lucrativa mas que também possa atender às necessidades da população.”
Para Beck Filho, o preço que está sendo cobrado é algo destrutivo para a economia como um todo. “Implantaram uma política de preços que nos alinha com os preços internacionais. Isso é inaceitável. O petróleo não é uma mercadoria comum. Se tirarmos o petróleo, a sociedade para. Então, temos que entender que precisamos de uma empresa forte para gerir esse bem estratégico. A Petrobras não pode ser fatiada. Se for, perderemos muito”, conclui.