Movimentos|z_Areazero
|
18 de abril de 2018
|
21:37

MST cobra do governo Sartori recursos para reforma agrária e famílias atingidas por estiagem

Por
Luís Gomes
[email protected]
Representantes da Via Campesina, do governo Sartori e da Assembleia se reuniram nesta tarde no Palácio Piratini | Foto: Leandro Molina/Divulgação

Da Redação

Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de movimentos que integram a Via Campesina se reuniram na tarde desta quarta-feira (18), no Palácio Piratini, com o secretário-chefe da Casa Civil, Cleber Benvegnú, com secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcisio José Minetto, e o coronel Alexandre Martins, representando a Defesa Civil, para reivindicar, entre outras coisas, a liberação de recursos para as famílias assentadas, de terras para a reforma agrária e recursos para famílias atingidas pela estiagem na região Sul do Estado. Após o encontro, o MST decidiu em assembleia encerrar o bloqueio que realizava desde ontem na BR-392, nas proximidades de Pelotas.

O movimento realizou ontem uma série de ações, incluindo o bloqueio da BR-392, como parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, para chamar a atenção para as suas pautas. Após a mediação do deputado estadual Edegar Pretto (PT), foi agendada a reunião desta quinta com o secretário Benvegnú. O deputado Nelsinho Metalúrgico e a deputada Stela Farias também participaram da reunião na Casa Civil.

Após o encontro, Ildo Pereira, dirigente do MST, destacou que o movimento apresentou duas pautas principais para o governo. A primeira é a cobrança de que o governo trabalhe pela liberação de um recurso de R$ 25 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que deveria ser destinado para a realização de melhorias em assentamentos. Ildo alega reclama que, desde o início da gestão Sartori, o governo não tem investido recursos para estruturar as cadeias produtivas da agricultura familiar.

O segundo principal ponto de reclamação do movimento é a falta de atenção às famílias de pelo menos 24 municípios que decretaram estado de emergência pela falta de chuvas na metade sul. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), ao final de fevereiro, os prejuízos pela faltas de chuva no verão já superavam a casa de R$ 1 bilhão.

Benvegnú e Pretto durante a reunião | Foto: Leandro Molina/Divulgação

Edegar Pretto alertou que há três meses famílias convivem com os problemas da estiagem numa “situação de emergência total”. “A chuva chegou momentaneamente e essa é uma das piores sensações para essas famílias, porque parece que o problema passou, mas, muito pelo contrário, é agora que se agrava. Na região sul do Estado, a cada 10 anos, sete são de seca, então o governo do Estado não tem mais justificativas para não apontar medidas concretas que possam amenizar e a angústia dessas famílias”, disse o deputado.

O governo se comprometeu a se reunir com o BNDES para buscar a liberação de recursos – se comprometeu a marcar até amanhã uma nova audiência envolvendo o banco, o movimento e a Secretaria de Desenvolvimento Rural. Minetto também se comprometeu a avaliar junto ao Incra a possibilidade de o Estado adquirir algumas áreas já ocupadas pelo movimento para serem distribuídas para a reforma agrária.

Sobre a questão da estiagem, o coronel Martins informou que está previsto para os próximos dias a chegada de recursos para a metade sul, Costa Doce e Campanha. “Na próxima segunda, 5.171 cestas básicas, vindas do governo federal, serão entregues aos municípios que sofrem com a seca. Outras 2.204 já foram entregues pelo governo estadual”, disse.

Depois da reunião, assembleias da Via Campesina em Porto Alegre e Pelotas decidiram encerrar a sede da Secretaria de Desenvolvimento Rural e os bloqueios da BR-392. Contudo, o movimento alerta que, se não houver avanços nas reivindicações, iniciativas semelhantes voltarão a ser tomadas.

Movimento realizou assembleia para liberação da BR após a reunião | Foto: Catiana de Medeiros/Divulgação

Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora