Movimentos
|
13 de julho de 2018
|
20:29

Levante Popular da Juventude realiza 11° Acampamento Estadual no RS

Por
Sul 21
[email protected]
Levante Popular da Juventude realiza 11° Acampamento Estadual no RS
Levante Popular da Juventude realiza 11° Acampamento Estadual no RS
O acampamento, que se estende até o domingo, reúne 500 jovens de todo o estado. (Foto: Divulgação/Levante)

Da Redação

O Levante Popular da Juventude abriu nesta sexta-feira (13), em Santa Maria, o seu 11º Acampamento Estadual no Rio Grande do Sul. O acampamento, que se estende até o domingo, reúne 500 jovens de todo o estado para discutir os problemas que afetam a juventude, assim como propor caminhos para a superação desses problemas.

Sobre a escolha dos acampamentos como espaço organizativo, Ezequiela Scapini, da coordenação estadual do Levante Popular da Juventude, lembrou que “o Levante nasce de acampamentos, seja da sua criação, em 2006, no acampamento de São Gabriel-RS, seja na sua nacionalização, no ano de 2012, em Santa Cruz do Sul, onde 1.200 jovens se reuniram. De lá para cá esse número só aumentou. Em 2014, no município de Cotia, em São Paulo, tivemos 3.000 jovens reunidos no 2º Acampamento Nacional, assim como 7.000 jovens de quase todos os estados do Brasil na 3ª edição deste, em Belo Horizonte-MG, no ano de 2016. Os acampamentos, portanto, são as sínteses do nosso esforço de mobilização da juventude. E são nesses espaços que a juventude, ao se reconhecer, ao interagir com jovens de diferentes lugares, de diferentes histórias, enxerga também o seu potencial de luta, de reivindicação”.

Em relação aos objetivos do Levante para a construção de um programa para a Juventude, a coordenadora do movimento acrescenta ainda que “sabemos que a juventude é um dos setores mais atacados na sociedade e sabemos também que ela tem gênero, raça e classe. Em períodos de crise, como estamos passando agora com um golpe no Brasil, a juventude é a primeira a ser atacada. Basta ver o índice de desemprego, que é maior entre os jovens, e o extermínio da juventude, em especial da juventude negra, que interrompe o futuro de um número cada vez maior de jovens da periferia. O programa de juventude visa ser uma construção coletiva da juventude, onde seja possível identificar quais são seus problemas e apontar quais são as saídas. Portanto, tal programa é uma construção da juventude da classe trabalhadora, um instrumento de luta, de reivindicação e de esperança. É nesse sentido que o Levante se coloca em desafio na construção do programa, que não será construído pelo Levante propriamente dito, mas por todas/os jovens que acreditam que a saída é pela luta popular”.

A relação com a Feira Internacional do Cooperativismo, em Santa Maria 

Para a irmã Lourdes Dill, uma das organizadoras da 25ª Feira Internacional do Cooperativismo (FEICOOP), evento que acontece simultaneamente e abre as portas ao acampamento do Levante Popular da Juventude, “é muito importante reunir estes jovens, que se somam a grandes multidões de pessoas vindas do Brasil inteiro, da América Latina, que hoje acreditam que existe outro modelo, que é a economia solidária, que é a sustentabilidade, que é esse cuidado com o planeta terra. Nós apostamos a 25 anos nesta FEICOOP, onde a juventude é uma força muito importante, que anima, desafia, encoraja e que também nos provoca para este novo modelo.”

“Nós na economia solidária temos princípios, temos metas, nós temos uma forma de viver, na sobriedade, mas no direito mínimo de todas as pessoas terem sua alimentação, seu trabalho, educação, moradia, transporte, aquilo que a pessoa precisa, o mínimo da sua sobrevivência. A juventude nos ajuda a fortalecer esse modelo, este projeto, no sentido de bem viver para toda a humanidade,” acrescentou a irmã Lourdes Dill.

Resgatando a memória e a história de Sepé Tiaraju

Com o lema “Juventude Gaucha com a força de Sepé, por um Brasil do povo se coloca de pé!”, o Levante Popular da Juventude quer resgatar a história e a simbologia das lutas ancestrais que travaram os povos originários contra o Tratado de Madri, realizado entre Espanha e Portugal em meados do século XVIII e que tinha como uma de suas condições a desapropriação das terras ocupadas pelos Guaranis, que por sua vez organizaram uma forte resistência liderada por Sepé. A Guerra Guaranítica, como ficou conhecido o episódio, ocorreu no que hoje é compreendida como região noroeste do Rio Grande do Sul, mais especificamente no município de São Miguel das Missões.

(*) Com informações do Levante Popular da Juventude.


Leia também