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22 de maio de 2018
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17:32

Ato defende democracia e liberdade de expressão e manifesta solidariedade ao Sindjors

Por
Sul 21
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Dirigentes de entidades sindicais, representantes de movimentos sociais, parlamentares e comunicadores participaram do ato no Plenarinho da Assembleia Legislativa. (Foto: Divulgação)

Da Redação (*)

Dezenas de dirigentes de entidades sindicais, representantes de movimentos sociais, parlamentares e comunicadores participaram, segunda-feira à noite, no plenarinho da Assembleia Legislativa, de um ato em defesa da democracia e da liberdade de expressão e em solidariedade ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors).

Organizado pelo Comitê Gaúcho do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), o ato denunciou o papel da mídia no golpe de 2016 e prestou apoio ao presidente do Sindjors, Milton Simas Júnior, que foi alvo de críticas e ataques em grandes veículos comerciais e nas redes sociais, por ocasião de sua visita, dia 28 de abril, ao Acampamento Marisa Letícia, na Vigília Lula Livre, em Curitiba.

Coordenadora nacional do FNCD, Renata Mielli, disse que “os ataques a Simas foram uma tentativa da mídia hegemônica de liquidar uma organização de trabalhadores e a luta do Sindicato dos Jornalistas”. “Um golpe que retira direitos dos trabalhadores, rouba seus benefícios sociais e retira do poder um projeto político de uma Nação mais desenvolvida, mais soberana e com justiça social, para implantar um projeto que foi vencido nas urnas”, acrescentou.

Milton Simas: “tenho orgulho de ser jornalista e sei o caminho que estou trilhando”. (Divulgação)

Milton Simas assinalou que a democratização da comunicação passa por um dos primeiros aprendizados do jornalismo: ouvir o outro lado, dar voz ao contraditório. “O que ocorreu comigo em Curitiba foi exatamente o contrário. Vivi a intolerância das redes sociais, com ataques de todos os tipos e com o tratamento que é dispensado pela mídia golpista aos movimentos sociais – a criminalização e a desconstituição”, disse o presidente do sindicato. “Mesmo com a tentativa de impor a este presidente do Sindicato a marca de censor ou cerceador da liberdade de expressão, tenho orgulho de ser jornalista e sei o caminho que estou trilhando”, destacou Simas.

Diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder enfatizou a preocupação da entidade com a liberdade de expressão e com a democratização da comunicação.  Schröder disse ainda que Fenaj manifesta seu apoio irrestrito ao presidente Simas, independente da propriedade ou impropriedade da sua atuação no episódio, porque considera um absurdo atribuir ao jornalista um comportamento de censor da liberdade de expressão.

O presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo, classificou o episódio como uma agressão da mídia tradicional a todos os sindicalistas. “Sabemos a quem esta mídia serve e, para azar dela, estamos construindo formas de comunicação alternativas e eficazes. Na mesma linha, Silvana Conti, vice-presidenta da CTB-RS, disse que o processo de criminalização dos movimentos sociais e sindicais ocorre a todo instante.

Para Helenir Aguiar Schürer, presidenta do CPERS Sindicato, o ataque ao jornalista Milton Simas só ocorreu porque ele tem representatividade e uma luta reconhecida frente à entidade. “A solidariedade é fundamental porque os nossos direitos enquanto trabalhadores e trabalhadoras sofrem ataques diários e a grande mídia busca desqualificar a nossa história”, disse. Já o deputado estadual Adão Villaverde disse que o que ocorreu com Simas em Curitiba é uma prática fascista. “Atribui-se ao interlocutor uma posição que ele não tem para que depois ele fique o tempo todo se justificando”, denunciou.

Durante o ato, os participantes assinaram um manifesto, que foi lido pelo secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr, que presidiu a mesa do ato e é um dos coordenadores do Comitê Gaúcho do FNDC, ao lado do Sindicato dos Jornalistas e do Sindsepe-RS. Segue a íntegra do texto!

MANIFESTO PELA DEMOCRACIA E LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Nós, abaixo assinados, firmamos o presente manifesto para defender a democracia e a liberdade de expressão, denunciar o papel da mídia no golpe de 2016 e prestar solidariedade ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS), cujo presidente Milton Simas Júnior foi vítima de ataques descabidos e distorções dos fatos pelos veículos do monopólio de comunicação no Estado e nas redes sociais, por ocasião da sua visita no mês de abril, ao Acampamento Marisa Letícia, na Vigília Lula Livre, em Curitiba.

O vídeo gravado pela RIC Paraná, afiliada do Grupo Record, divulgado com intensidade na internet, comprova a intenção de Simas de orientar um colega de profissão, de forma que pudesse fazer a cobertura com maior segurança no dia em que havia ocorrido o atentado a tiros ao acampamento, provocando ferimentos em duas pessoas.

Não aceitamos o tratamento da mídia golpista, que tenta desconstituir 76 anos de lutas históricas de uma entidade. Seus dirigentes sempre defenderam a liberdade, a democracia, a democratização da mídia, por uma comunicação ética, plural, com respeito e diversidade de opiniões.

Exigimos respeito e dignidade ao SINDJORS, seus dirigentes e associados, pois, juntamente com as demais entidades sindicais e os movimentos sociais, está ao lado dos trabalhadores, na defesa dos direitos conquistados, pela democracia, pela liberdade de expressão e por um mundo mais justo, igualitário, sem ódios e qualquer forma de preconceito, intolerância e discriminação.

(*) Com informações da CUT-RS


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